"Há uma demanda hoje, muito grande, de aprimorar o material para os leitores e usar novos tipos de narrativa, isto é, de criar uma linguagem mais fácil de ser compreendida", diz Mario Kanno. Uma dessas maneiras é com o uso de infográficos, que são tema de um livro dedicado à sua história e cujo conteúdo traz, também, dicas de como criá-los.
"Infografia" foi escrito por Mario Kanno, que trabalhou com infografia na Folha por quase 30 anos. O volume tem lançamento nesta sexta-feira (23), às 19h, no IED, em São Paulo.
O livro é direcionado a professores, autores e editoras de livros escolares, para que possam usar mais a linguagem visual na confecção de livros que chegarão aos estudantes. "Esse tipo de narrativa faz bastante sucesso e é de consumo mais fácil", justifica o autor.
Kanno explica que determinados assuntos são mais bem contados com o uso de infográficos, "já que nosso mundo é todo visual" e certos tópicos resultam confusos se explanados apenas com textos.
Por exemplo, a órbita dos planetas, os átomos e o fundo do mar podem ser ilustrados mais claramente com a aplicação de recursos gráficos como desenhos, diagramas, figuras geométricas e mapas —estes, considerados as figuras mais antigas da infografia.
O livro apresenta um panorama histórico da infografia, resgatando seus primórdios no século 16, passando pelas origens da infografia moderna no século 19, e chegando até os dias atuais com os computadores. Há também um passo a passo de como produzir bons infográficos —dica: a informação principal deve estar disponível em uma única olhada—, além de exercícios práticos que ensinam a pensar visualmente uma história.
Mario Kanno começou a trabalhar com infografia na Folha no final da década de 1980, época em que "nem a palavra existia", conta, em vídeo no site da editora Boreal. O termo só viria a aparecer nos anos 1990, com a imprensa americana e espanhola.
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