Morre no Rio o produtor Pedro Rovai, de 'Tainá' e 'Qualquer Gato Vira-Lata'

Cineasta se notabilizou no gênero infantil e nas comédias

Guilherme Genestreti
São Paulo

 Um dos grandes nomes do cinema infantojuvenil no Brasil, o produtor paulista Pedro Rovai morreu na madrugada desta quinta (1º), no Rio. Ele tinha 80 anos e enfrentava um câncer. 

Rovai começou a carreira em meados dos anos 1960, trabalhando como assistente de direção em "São Paulo, Sociedade Anônima", de Luís Sérgio Person. A partir de 1969 e durante a década seguinte, dirigiu longas como "Adultério à Brasileira", "A Viúva Virgem" e "Ainda Agarro Esta Vizinha".

O produtor Pedro Rovai na pré-estreia de 'Qualquer Gato Vira-Lata 2", em 2015, em São Paulo
O produtor Pedro Rovai na pré-estreia de 'Qualquer Gato Vira-Lata 2", em 2015, em São Paulo - Raquel Cunha/Folhapress

Mas foi como produtor que Rovai mais se destacou. Esteve por trás de uma das adaptações de "Bonitinha, Mas Ordinária", com Vera Fisher, José Wilker e Lucélia Santos, e a pornochanchada "Luz, Cama, Ação!".

A partir dos anos 2000, produziu seus filmes hoje mais famosos. O mais conhecido deles é "Tainá -Uma Aventura na Amazônia", história sobre uma indiazinha que foi marco do cinema infantil com seus mais de 800 mil ingressos vendidos e rendeu outros dois longas no mesmo universo. 

Em entrevista à Folha, em 2014, Rovai comentou sobre como o gênero do cinema infantojuvenil, que era mais bem-sucedido nos anos 1980 e 1990, enfrentava dificuldades nos anos recentes. 

"Dependiam muito do sucesso na TV. Agora há um vácuo, ocupado pela concorrência dos filmes estrangeiros", disse à época. Em 2011, ele tentou arregimentar outros cineastas para pedir políticas específicas para favorecer as produções do tipo. "Ninguém teve tempo para tocar e abandonamos essa bancada."

Rovai também aproveitou a alta das comédias e produziu, em 2012, o longa "Qualquer Gato Vira-Lata", com Cleo Pires e Malvino Salvador. A obra gerou uma continuação quatro anos depois. 

O produtor deixa a mulher e a filha. 

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