O primeiro-ministro da República Tcheca, Andrej Babis, anunciou neste sábado (10) que propôs devolver a cidadania tcheca ao escritor Milan Kundera, hoje naturalizado francês.
Em 1979, o regime comunista da antiga Tchecoslováquia privou oficialmente da cidadania o autor de "A Insustentável Leveza do Ser" e sua mulher, Vera.
"Certamente mereceria ter novamente sua cidadania", disse Babis, em Paris, por ocasião das comemorações do centenário do armistício de 1918, segundo a agência tcheca CTK.
Kundera, 89, emigrou para a França, em 1975. Nessa época suas obras já eram proibidas em seu país natal e sua vida privada era controlada pela polícia secreta, StB.
"Não conheço exatamente o procedimento" para voltar a conceder a cidadania, admitiu o chefe do governo tcheco.
As relações de Kundera, nascido em 1929, em Brno (leste da atual República Tcheca), com seu país de origem sempre foram complexas, inclusive depois da queda do regime comunista após a revolução de 1989.
Desde então, o escritor retornou em várias ocasiões a seu país, mas sem divulgação nem eventos públicos.
Segundo Babis, o escritor, que se nega há anos a aparecer em público, visitou seu país natal pela última vez há 22 anos.
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