Como em todo ano, a Folha elege também neste a lista de melhores livros de 2018. Mesmo em um ano duro para o mercado editorial, com uma crise que ameaça a existência de diversas editoras, muitos livros se destacaram. Abaixo, uma lista com os destaques, que vai de nomes estrangeiros a revelações felizes da literatura brasileira.
‘Só para Maiores de Cem Anos’ (ed. 34), de Nicanor Parra
Esta edição preenche uma lacuna indesculpável, ao trazer pela primeira vez ao leitor brasileiro a obra do chileno Nicanor Parra, criador da antipoesia e um dos maiores poetas do continente. O autor morreu em 2018, aos 103 anos
‘Alguns Humanos’ (Tinta da China), de Gustavo Pacheco
O contista foi a principal revelação da literatura brasileira neste ano. Pacheco faz uma recriação inventiva —e algo irônica— da linguagem supostamente neutra da ciência e dos textos burocráticos
‘O Sol na Cabeça’ (Companhia das Letras), de Geovani Martins
Outro contista revelado em 2018. O autor narra histórias de personagens negros sem nunca dizer a sua cor, fugindo de clichês do que seria uma literatura representativa da diversidade social brasileira
‘Caderno de Memórias Coloniais’ (Todavia), de Isabela Figueiredo
A partir de memórias de infância, a autora contesta o mito da suavidade do colonialismo português, sem se restringir a ser um mero documento
‘Jorge Amado - Uma Biografia’ (Todavia), de Joselia Aguiar
Esta biografia de fôlego revê mitos sobre Jorge Amado, em pesquisa com acesso a documentos e depoimentos inéditos
‘Um Beijo por Mês’ (Luna Parque), de Vilma Arêas
Autora de publicações bissextas, Arêas mistura conto, memórias, poemas, cartas e diálogos, além de flertar com o ensaio
‘A Tirania do Amor’ (Todavia), de Cristovão Tezza
Escrito a quente, o romance tem como pano de fundo a convulsão política do Brasil em 2017, com provocações sobretudo à esquerda
‘Coral e Outros Poemas’ (Companhia das Letras), de Sophia de Mello Breyner Andresen
A antologia introduz o leitor à poesia marinha da autora portuguesa, que mistura o tom elevado a uma linguagem enxuta
‘Nenhum Mistério’ (Companhia das Letras), de Paulo Henriques Britto
Em volume contundente, Britto segue sua exploração formal em poemas sobre a perda e a ausência de sentido ou transcendência
‘O Fim de Eddy’ (Planeta), de Édouard Louis
Em romance de forte teor político, Louis revisita sua descoberta da homossexualidade e a brutalidade da cidade conservadora onde cresceu
‘A Biblioteca Elementar’ (Record), de Alberto Mussa
O autor encerra seu compêndio de romances policiais, inspirado pelos mitos sobre as origens do mal
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