Descrição de chapéu

Álbum recupera 22 canções de Neil Young que circulavam entre fãs

'Songs for Judy' foi gravado em alguns shows acústicos de novembro de 1976

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Songs for Judy

  • Onde Disponível nas plataformas de streaming
  • Gravadora Warner
  • Artista Neil Young

Nos anos 1970, Neil Young costumava ser um cara tão para baixo que o fato de fazer piadas de vez em quando soa espantoso. Fez canções para dois amigos que perdeu para a heroína no início da década ("The Needle and the Damage Done" e "Tonight's the Night") e seus discos, crus e sem produção de estúdio, pareciam feitos para animar velórios.

Isso não significa que eram ruins. Na verdade, "On the Beach" (1974), "Tonight's the Night" (1975) e "Zuma" (1975) estão entre seus melhores álbuns. E foi uma época altamente produtiva, na qual compunha tanto que não arrumava espaço para lançar tantas ótimas canções.

Assim chegamos a "Songs for Judy", gravado em alguns shows acústicos de novembro de 1976. São 22 canções em interpretações magníficas, voz, violão e gaita, de vez em quando um piano.

 

O disco começa bizarramente com uma piada. Não muito engraçada, mas uma piada: Young, claramente doidão, discorre animadamente com a plateia e conta que acabou de ver o fantasma de Judy Garland no poço da orquestra.

Feliz, brinca com espectadores e ironiza críticos. Nunca se viu o artista tão falante.

Aqui, Young vai e volta em seu repertório. Canta algumas de "Harvest" (1972), outras de "After the Gold Rush" (1970), de "Everybody Knows This Is Nowhere" (1970) e também de seu álbum solo de estreia, "Neil Young" (1969). Toca ainda "Mr. Soul", de sua época com o Buffalo Springfield.

Também avança, mostrando músicas que sairiam em discos de 1978 e 1979, como "Human Highway" e "Pocahontas". Algumas estão fora do repertório mais conhecido, como "Too Far Gone", "Give me Strength", "White Line", "Here We Are in Tears" e ainda há a inédita "No One Seems to Know".

Essas gravações já circulavam entre os fãs de Neil Young há décadas sob o nome de "The Bernstein Tapes". O nome vem do fotógrafo Joel Bernstein, que registrou os shows e montou uma fita com as melhores versões de cada música.

Há trechos de apresentações dos dias 6, 7, 10, 11, 14, 15, 20, 22 e 24 de novembro (em locais como Atlanta, Boston, Chicago e Nova York), em algumas dessas noites havia um show às 21h e outro à meia-noite.

Bernstein fez três ou quatro cópias da fita, deu uma delas ao compositor, mas outra sumiu e acabou servindo de matriz para pirataria. Young, um audiófilo fanático, fez um excelente serviço de recuperação. O som parece tão claro como se ele estivesse tocando ao vivo na sua sala.

"Songs for Judy" não teve lançamento nacional. Vinis (US$ 25) e CDs (US$ 12) podem ser encomendados no site neilyoung.warnerbrosrecords.com. Mas o disco está nas plataformas de streaming e pode ser ouvido gratuitamente no aplicativo para celular Neil Young Archives, lançado no fim de 2018.

O app é legal, traz todo dia uma canção nova, informa sobre shows, exibe filmes e tem notícias do músico e também ambientais, causa que ele vem abraçando cada vez mais radicalmente nos últimos anos.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.