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Nicole Kidman reafirma poder em Hollywood em 'O Peso do Passado'

Atriz aparece em versão envelhecida e sem glamour para interpretar detetive atormentada

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Cena de 'O Peso do Passado'

Nicole Kidman interpreta a detetive Erin Bell em 'O Peso do Passado'" Divulgação

O Peso do Passado (Destroyer)

  • Quando Estreia nesta quinta (17)
  • Classificação 16 anos
  • Elenco Nicole Kidman, Sebastian Stan, Toby Kebbell
  • Produção EUA, 2018
  • Direção Karyn Kusama

Veja salas e horários de exibição

Parece que chega o momento na carreira de uma atriz bonitona em que ela quer aparecer sem glamour na tela. Para provar a todos que não é apenas um belo rosto, que também sabe atuar. Como Charlize Theron, que ganhou o Oscar com maquiagem de feiura em "Monster" (2003).

Agora é Nicole Kidman, que há tempos não deixa dúvida nenhuma sobre ser uma atriz de talento. Mas, num linguajar mais coloquial, "O Peso do Passado" deverá ser lembrado como o filme da versão "feia" da estrela.

A consistente trama policial se passa em duas épocas. Nicole interpreta a detetive Erin Bell. No início da década passada, consegue se infiltrar disfarçada numa gangue de traficantes e assaltantes de banco. Com ela, um parceiro que finge ser seu namorado, Chris, papel do ator Sebastian Stan, o Soldado Invernal dos filmes de heróis da Marvel.

Mas, na maior parte do tempo, a ação se passa nos dias atuais. Uma amargurada Erin tem uma filha problemática, segue na polícia e tem péssimo relacionamento com os parceiros. Está envelhecida e aparenta sofrer de alguma doença que debilita suas forças, algo muito ruim para quem tem que caçar bandidos nas ruas.

O enredo vai inserindo os flashbacks mostrando a operação infiltrada de 17 anos atrás e logo o espectador já terá indícios de que a coisa toda não acabou bem. E o caso volta a atormentar Erin porque ela descobre que Silas, o líder da gangue, está de volta à cidade, cometendo crimes.

Assim, quem vê o filme fica entretido querendo saber quando Erin vai ter a chance de encarar Silas, por quem demonstra ódio mortal, e o que afinal ocorreu no passado, a ponto de jogar a policial num poço de depressão e agressividade.

A diretora Karyn Kusama surgiu em Holllywood nos anos 2000 como promissor nome de filmes de ação. Ganhou uma chance grande ao dirigir a adaptação para o cinema da série de animação "Aeon Flux". Mas o projeto fracassou, mesmo com Charlize Theron de cabelos pretos no papel da heroína.

Em "O Peso do Passado", nova oportunidade na tela grande depois de muitos anos em produções menores para TV, ela acerta a mão. 

Há densidade na relação dramática entre Erin e a filha, as cenas de roubos e tiroteios são vibrantes e, o melhor de tudo, a tensão é incessante nas cenas de flashback, em que Erin e seu parceiro correm constante risco de serem descobertos.

Além dessas qualidades, a presença de Nicole Kidman é fundamental para deixar o filme acima da média. Nas cenas ambientadas no passado, sua personagem exibe charme irresistível e muita insegurança como a policial novata. Depois, compõe uma Erin tensa, alucinada mesmo, tentando esconder com pose de durona os problemas físicos que minam sua resistência.

Para acrescentar mais um bom momento ao desempenho da atriz, o final do enredo reserva uma surpresa bem bolada. Dificilmente alguém na plateia conseguirá antecipar a reviravolta que conclui a trama.

"O Peso do Passado" veio como mais um projeto pessoal para destacar o poder de Nicole Kidman em Hollywood. E o filme vale quanto pesa.

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