'Sou grato por termos uma segunda chance', diz o backstreet boy Howie D

Cantor almeja carreira longeva, 'como os Stones', e diz que grupo virá ao Brasil em 2020 divulgar disco que sai nesta sexta

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São Paulo

Howie Dorough, 45, sempre foi o mais discreto dos Backstreet Boys.

Apesar de protagonizar as notas mais altas nos arranjos vocais do grupo, faltava a ele o carisma adolescente de Nick Carter, a boa pinta de Brian Littrell, o ar de homem-feito de Kevin Richardson ou o apelo bad boy de A.J. McLean.

Mas a Howie D, como ficou conhecido, sobrava outra característica que se mostraria essencial para a boy band chegar a 2019 com um novo lançamento —o álbum “DNA”, que sai nesta sexta (25)—, uma indicação ao Grammy e uma turnê mundial com dezenas de datas: o espírito conciliador.

Algo como Ringo Starr para os Beatles (sim, uma comparação da boy band aos Fab 4), Howie é o que no futebol se chama “jogador de time”, ou “o homem entre os meninos”, como já o chamou Nick.

“Eu me sinto abençoado e agradeço a Deus todos os dias por termos ímpeto e empolgação de novo em torno dos Backstreet Boys; não são muitos os artistas que têm essa segunda chance.”

Nos últimos 27 anos, ele serviu de pilar e cimento para os inflados egos de um dos mais bem-sucedidos grupos vocais da história, contribuindo para que o conjunto atravessasse esse período unido e na ativa, a despeito de uma saída de Kevin entre 2006 e 2012.

“Somos como irmãos: há momentos em que conseguimos nos olhar nos olhos, e outros em que não conseguimos. Mas temos mais respeito uns pelos outros hoje e percebemos que há mais coisas na vida além da música.”

Howie fala das “coisas na vida” com alguma autoridade. Em 1998, quando o grupo ascendia nas paradas, sua irmã Caroline morreu de lúpus. O “Backstreet Boy latino”, de pais de ascendência irlandesa e porto-riquenha, foi o primeiro a precisar tirar um tempo do conjunto e, desde então, mantém uma fundação de apoio a vítimas da doença.

“A regra é dialogar; não há nada que não possamos resolver se nos comunicarmos.”

A maturidade clareou as coisas, diz o cantor. “Não somos mais adolescentes procurando paqueras em boates, e nossa música também é mais madura; sabemos sobre o que queremos cantar —e sobre o que não queremos.”

Mas calma lá: “Também não estamos mortos!”, ressalva, dando risada. “Só não tentamos mais parecer radicais”, acrescenta o cantor, que aprecia ouvir clássicos do rock dos anos 1970 e 1980 com a mulher e, da safra mais recente, se diz fã de Bruno Mars e Maroon 5.

Música brasileira não é sua praia —só conhece Sergio Mendes e nunca ouviu falar em Anitta—, mas essa é dívida que ele promete pagar em breve, quando o grupo voltar ao país, provavelmente em 2020.

“Com certeza vamos levar essa turnê ao Brasil. Ainda não temos uma data, e 2019 está todo agendado, mas  Deus queira que seja logo no começo do ano que vem.”

Já a política é assunto difícil para os Backstreet Boys, cuja base de fãs de maioria feminina e gay reagiu há dois anos quando um dos membros, Brian, saiu em defesa do presidente americano, Donald Trump, e suas declarações misóginas e homofóbicas.

Sobre o tema, Howie é diplomático —claro.

“Tento não me envolver, porque temos fãs de todas as denominações e crenças. Sinto que nossa missão é entreter as pessoas com música boa, trazer uma mensagem de positividade e fazê-las esquecer seus problemas.”

E até onde vai essa missão dos Backstreet Boys? Howie se vê chegando aos 70 anos ao lado dos colegas?

“Seria incrível. Tipo os Stones, ou os Eagles. Não sei o que o destino reserva. Mas sei que hoje apreciamos bastante a companhia uns dos outros —ao menos, quase sempre.”

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