O músico Tavito, autor de temas como “Casa no Campo”, morreu nesta terça-feira (26), em São Paulo, aos 71 anos. Ele tratava um câncer na língua e estava internado no hospital Santa Maggiore.
Natural de Belo Horizonte, o cantor e compositor, nascido Luís Otávio de Melo Carvalho, estreou na música em 1969, com a canção “Terça-Feira”, composta com Werther Moraes e Antonio Gil, no Festival Universitário da TV Tupi.
Próximo ao grupo de músicos radicados em Minas Gerais cuja geração ficaria conhecida como Clube da Esquina, Tavito formou a banda Som Imaginário no início dos anos 1970, inicialmente para acompanhar o cantor Milton Nascimento em seus shows.
Além dele, fizeram parte do conjunto músicos como Wagner Tiso, Robertinho Silva, Luís Alves, Zé Rodrix, Frederyko e Laudir de Oliveira.
Na canção “Rua Ramalhete”, Tavito chegou a fazer referência ao movimento, ao cantar: “No muro do Sacré-Coeur, / De uniforme e olhar de rapina, / Nossos bailes no clube da esquina, / Quanta saudade!”.
Tavito ganhou seu primeiro violão aos 13 anos e aprendeu o ofício de forma autodidata. Chegou a cursar o primeiro ano de desenho industrial, mas abandonou as aulas para se dedicar à música.
Em 1965, o músico foi convidado por Vinicius de Moraes (1913-1980) para acompanhar apresentações suas em Belo Horizonte.
“Casa no Campo”, uma de suas composições mais famosas, escrita com Zé Rodrix (1947-2009), fez sucesso na voz de Elis Regina (1945-1982).
Ao longo da carreira, Tavito produziu discos de artistas como Marcos Valle e Renato Teixeira e escreveu arranjos para canções de artistas como Roberto e Erasmo Carlos.
O músico ainda lançou seis álbuns solo e teve músicas suas gravadas por nomes como Zizi Possi e Zé Ramalho.
Nos anos 1970, o artista passou a atuar também no mercado publicitário, compondo temas musicais para propagandas, os jingles.
Em parceria com Aldir Blanc, Tavito escreveu a música “Coração Verde e Amarelo”, que virou jingle das transmissões da TV Globo na Copa do Mundo de 1994 com o refrão:
“Eu sei que vou / Vou do jeito que eu sei / De gol em gol / Com direito a replay / Eu sei que vou / Com o coração batendo a mil / É taça na raça, Brasil!”.
Em 1992, abandonou os shows para se dedicar à publicidade. Ele voltaria a se apresentar apenas nos anos 2000.
Quando da conclusão desta edição, o corpo do artista era velado no Cemitério do Araçá. A cremação aconteceria nesta quarta (27), no crematório da Vila Alpina. Tavito deixa a esposa, Celina, e uma filha.
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