Perdido e carão de rappers, aposta em jovens, Gaga: os pontos altos do Grammy

Reverente mas também atento à nova safra, premiação conseguiu a façanha de parecer relevante

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São Paulo

A 61ª edição do Grammy, neste domingo (10), consagrou artistas como Lady Gaga, Drake e Kacey Musgraves, jogou luz sobre Childish Gambino e Dua Lipa e homenageou estandartes como Aretha Franklin.

Teve espaço para homenagem a Chris Cornell, discursos de autoajuda de Gaga e até uma inusitada manifestação pró-Trump. Veja quais foram os pontos altos desta edição.

GRAMOFONINHOS

Nem me viu, América. O “perdido” de Childish Gambino, que não apareceu para receber seus prêmios por melhor videoclipe do ano e melhor música do ano por “This Is America” nem enviou um representante, foi sentido. A ausência aparentemente motivou uma alfinetada da apresentadora Alicia Keys, que deixou o palco dizendo “childish” duas vezes ao microfone após anunciar a vitória do sumido Childish Gambino na categoria melhor videoclipe —“childish” significa “infantil”, em inglês.

 

Carão. A ausência de Childish Gambino foi ainda mais notada diante da aparição —com mise-en-scène de diva pop— do também rapper Drake, que levou a melhor música de rap por “God’s Plan”. Em seu discurso, ele aparentemente alfinetou fãs, críticos e colegas artistas que o criticam. “Trabalhamos com algo baseado em opinião, não em fatos. Estamos em um momento em que as pessoas às vezes não entendem o que você quer dizer. O ponto é: se tem pessoas que saem para comprar um ingresso para seu show, você já é um vencedor e não precisa disso aqui”, disse o rapper, apontando para sua própria estatueta do Grammy.

Carão 2. Drake seguiu discursando, mas foi interrompido pelos comerciais do Grammy. O artista estava justamente criticando o prêmio, cuja suposta branquitude —com muito mais prêmios a artistas brancos do que negros— aparentemente foi o que motivou Gambino e Kendrick Lamar a não aparecerem.

Dona da festa. Na ausência de Childish Gambino e Kendrick Lamar, Lady Gaga restou como o maior nome da festa, e teve desempenho de protagonista: levou os prêmios de melhor performance pop, por “Joanne (Where Do You Think You’re Goin’?)”, e melhor performance pop em duo ou grupo, por “Shallow”, com Bradley Cooper. Ainda fez eficiente e barroca apresentação e deu discurso em tons de autoajuda e volta por cima, ao seu estilo.

Michelle 2020. A indústria musical declarou voto: Michelle Obama foi ovacionada pelo público no Grammy 2019. A ex-primeira-dama dos Estados Unidos foi chamada ao palco pela apresentadora Alicia Keys logo no começo da cerimônia, ao lado de Lady Gaga, Jada Pinkett Smith e Jennifer Lopez. Diante da recepção entusiasmada do público, precisou pedir licença para declamar sua fala em tributo ao soul dos anos 1960: “Desde os discos da Motown que ouvia em Chicago até as canções poderosas que me inspiraram na última década, a música sempre ajudou a contar minha história, e sei que isso se aplica a todos aqui”.

Sem gracinha. Em vez de tentar fazer humor, a apresentadora, Alicia Keys, vencedora de 15 prêmios Grammy, declarou seu amor pela música. Pegou bem. Ela soou reverente na medida ao falar em Diana Ross, Stevie Wonder e Aretha Franklin e fez um bonito número musical mesclando sua leitura do R&B desde os anos 1950 até os anos 2010.

Drama caipira. A apresentação de Brandi Carlile, nova estrela da música country-pop americana, fez lembrar a Sheryl Crow do disco “The Globe Sessions” e a Alanis Morissette do clássico “Jagged Little Pill”; alta voltagem dramática, excelência técnica e muita personalidade.

Jovens premiadas. Um dos pontos altos da cerimônia foi o discurso da jovem cantora H.E.R., de 21 anos, que chamou familiares e equipe ao palco para receber o prêmio de melhor disco de R&B pouco depois de ter feito uma bela apresentação. Outras jovens premiadas foram a cantora Cardi B, que levou o prêmio de melhor disco de rap e, extremamente emocionada, demorou para conseguir agradecer pelo prêmio, e a britânica Dua Lipa, escolhida a artista revelação de 2018.

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