Em seu segundo desfile pelo Projeto Estufa na São Paulo Fashion Week, a Ão constrói sua coleção em torno da sia trilha sonora. Em um processo diferente do que costuma-se ver, Marina Dalgalarrondo convidou Sávio de Queiroz, seu marido, para criar um set pensando nos principais pilares da marca —a mistura entre características clássicas do vestuário e frentes mais contemporâneas e tecnológicas.
Para fazer esse paralelo, Sávio usou um instrumento medieval chamado cravo e os misturou a sons eletrônicos de sintetizadores. “A ideia é trazer a perspectiva de como vestir um som”, conta a estilista antes do desfile.
Na coleção, os momentos de confusão sonora são traduzidos nas peças mais texturizadas, nos algodões com lástex, ora em pontos justos, ora mais largos. Já os segundos de silêncio e contemplação aparecem em peças mais fluídas e transparentes, como o vestido-camisola usado sob calça e blusa.
Assim como em seu primeiro desfile, os modelos entravam na passarela da Ão com sorrisos forçados ou caretas. Em uma sociedade caótica, que intercala momentos de desespero e êxtase em grandes proporções, a percepção que fica é que o desfile da Ão traduz bem o sentimento coletivo do momento.
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