Bruno Kayapy vai atrás de raízes mato-grossenses em novo álbum

Músico canta, compõe e grava todos os instrumentos em 'Tartufo Pessoa'

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Cães e porcos são treinados para localizarem o tartufo, iguaria gastronômica que chega a custar 4.000 euros por quilo. Repórteres farejam histórias e este foi atrás da que versa sobre Tartufo Pessoa, trabalho novo do mato-grossense, radicado há oito anos em São Paulo, Bruno Lima Sampaio, 33, o Bruno Kayapy.

Capa do álbum "Tartufo Pessoa", do artista homônimo
Álbum "Tartufo Pessoa", do artista homônimo - Reprodução

Kayapy é o apelido que o guitarrista, percussionista, violonista, compositor e cantor ganhou na adolescência em Cuiabá, onde nasceu. “Kayapy é a raiz de uma planta parecida com a taioba. Chamada de caiapé pelos indígenas, dá em beira de lagoa e a galera usava pra misturar com maconha, fumar e dar um ‘up’ na brisa”, contou o músico, em entrevista à Folha.

Durante 15 anos, foi guitarrista do trio instrumental Macaco Bong, com o qual gravou diversos discos. “Tartufo Pessoa não é o Macaco Bong; o grupo acabou neste ano. Tartufo Pessoa é um trabalho no qual perdi a vergonha de cantar, compor e gravar todos os instrumentos”, afirma o músico, que tinha outro constrangimento: seu jeito “errado”, mas que o consagrou, de tocar guitarra com o dedo indicador, alternando-o com a palheta segurada com três dedos.

Em Tartufo Pessoa, Kayapy mescla o siriri, chamamé e cururu, usando o mocho (instrumento de percussão com estrutura igual a um banco), o ganzá mato-grossense e violões —um tenor e um folk.

"É o som que vem de minha pessoa, com uma raiz minha, que vai para o pop brasileiro, mas interpretado com a textura e sonoridade dos elementos da música regional mato-grossense. As letras trazem a realidade de quem tem essa lerdeza da coisa ribeirinha, tão bem retratada pelo meu poeta favorito, Manoel de Barros.”

Entre as músicas, destaques para “Fatias de um Grão”, um afrobeat no qual a letra enfatiza o “dividir sem ter mais como partir”, e “Não Torça Contra Si”, sobre o sacrifício próprio pelo coletivo, com um som de marcação reta, que usa o mocho e o ganzá típicos do siriri e o rasqueado cuiabano.

Tartufo Pessoa

  • Onde Disponível em plataformas digitais
  • Autor Tartufo Pessoa
  • Selo Oy Music
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.