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Débora Falabella vive mulher assolada por crises de pânico em 'Depois a Louca Sou Eu'

Atriz protagoniza adaptação cinematográfica de livro de Tati Bernardi

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Débora Falabella como Dani, em 'Depois a Louca Sou Eu', de Júlia Rezende
Débora Falabella como Dani, em 'Depois a Louca Sou Eu', de Júlia Rezende - Stella Carvalho/Divulgação
São Paulo

A diretora Júlia Rezende se lembra de dois jantares que acabaram antes da hora, nos quais a escritora e roteirista Tati Bernardi abandonou a mesa sem grandes explicações. “Lendo o livro dela é que entendi o porquê”, conta.

Agora, a cineasta transforma em filme a obra que esclareceu aqueles sumiços todos. “Depois a Louca Sou Eu”, que vai estrear no começo de 2020, é inspirado na obra homônima, reunião de textos em primeira pessoa em que a autora relata uma vida assolada por crises de ansiedade e ataques de pânico. O tom guarda a verve tragicômica de Bernardi, que é colunista da Folha

“Por trás da felicidade nas redes sociais é difícil encontrar quem não tenha alguma angústia. Mas falar disso ainda é um tabu”, diz a atriz Débora Falabella, que entrou em contato com a escritora assim que leu o livro, lançado em 2016. Acabou assumindo o papel principal na adaptação, o da atormentada publicitária Dani, inspirada na autora.

A história acompanha as suas crises desde a infância, a relação turbulenta com a mãe superprotetora (Yara de Novaes), a passagem por um sem-número de médicos e até a busca por terapias alternativas. A narração ao fundo, como se a personagem estivesse olhando para o passado, quebrará o tom sério do assunto. 

Com óculos e cabeleira solta, Falabella encena um encontro com um rapaz com quem flerta (Gustavo Vaz). “Gosto de escrever sobre mim, é terapêutico”, diz a personagem dela, melando os dedos num hambúrguer. O set é no interior de uma casa noturna de São Paulo, transformada numa espécie de restaurante.

Aos fundo, o janelão de vidro com reflexos de luzes coloridas, dá para o cenário bem paulistano dos prédios cinzentos do centro da cidade. Mas o sotaque que ressoa entre a equipe de filmagem, formada por expressiva quantidade de mulheres, é carioca, assim como a diretora do longa, Júlia Rezende. 

Aos 33, ela não é estranha ao universo de Bernardi, a quem conheceu por meio dos textos, mais de dez anos atrás. Juntas, levaram às telas “Meu Passado me Condena” e “Meu Passado Me Condena 2”, que se provaram um passaporte involuntário para que Rezende se firmasse no gênero da comédia. 

“Nunca foi planejado. Sempre fui expectadora de dramas”, diz a diretora da dramédia “Como É Cruel Viver Assim” e do romance “Ponte Aérea”. “De repente, começaram a me fazer convites, e  tive que dizer uns 800 nãos. Não gosto da piada pela piada.”

Um desses convites foi para rodar “De Pernas Pro Ar 3”,  franquia já estabelecida, protagonizada pela atriz que é o maior chamariz do gênero: Ingrid Guimarães. “Foi uma decisão superdifícil”, diz Rezende. “Mas me interessou porque poderia ser um drama. Poderia ser um ‘Cenas de um Casamento’ com humor.”

“Depois a Louca Sou Eu” traz o “equilíbrio que interessa”, diz a diretora. Bernardi, que não escreveu o roteiro, cedeu o material para que Gustavo Lipsztein (“Polícia Federal”, “O Paciente”) o roteirizasse. “É um texto que ri de uma coisa séria, mas não fica procurando a piada”, diz Rezende. “É contemporâneo. Quem da nossa geração não está ansioso ou tomando remédio?”

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