Quando abriu o show de costas e provocando o público com uma nota de “Sugarboy” na guitarra, a americana Annie Clark, que atende pela alcunha de St. Vincent, já mostrou que tinha o palco Adidas nas mãos.
O efeito do show do começo da noite de sexta-feira (4) não foi muito diferente do que o apresentado na Lolla Party do dia anterior.
Despejando pequenas doses de hipnose com os solos de suas guitarras, a cantora de 36 anos exibiu por boa parte do show uma aura quase não-humana, que a cada solo raivoso, dançante ou melancólico foi se transformando em vulnerabilidade.
Todas as versões de St. Vincent foram abraçadas pelo público, da mulher robótica de “Pills” à fatal de “Masseduction”, da guitar hero de “Digital Witness” e “Rattlesnake” à entregue em “Slow Fast Disco”, dedicada a “todos os que já se sentiram como estranhos ou outsiders”.
É a segunda vez que ela se apresenta na edição brasileira do Lollapalooza. A primeira, mais discreta, em 2015, aconteceu logo após o lançamento de seu aclamado disco homônimo, de 2014, que lhe rendeu o Grammy de melhor álbum de música alternativa. Hoje, veio com o também bem sucedido “Masseduction” (2017), que a colocou novamente na boca dos críticos e aumentou seu público.
Sozinha no palco com batidas pré-gravadas e trocando de guitarra a cada música —ao lado ficavam várias, de cores diferentes— ela só deixou o instrumento de lado em “New York”, quando encerrou o show adaptando a letra para “São Paulo isn't São Paulo without you, love/ And if I call you from rua Augusta/ You're the only filhos da mãe in the city who can't handle me.”
O rapper americano Macklemore encerra os shows do dia no palco Adidas, às 21h.
Setlist:
"Sugarboy"
"Los Ageless"
"Pills"
"Savior"
"Masseduction"
"Marrow"
"Cheerleader"
"Digital Witness"
"Rattlesnake"
"Birth in Reverse"
"Fast Slow Disco"
"Fear the Future"
"New York"
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.