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Imprensa e público são proibidos de acompanhar julgamento de Weinstein

O produtor, acusado de ter abusado de diversas mulheres, nega todos os crimes

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Harvey Weinstein é ouvido pela Justiça de Nova York
Harvey Weinstein é ouvido pela Justiça de Nova York - Carlo Allegri/Reuters
Nova York

Um juiz proibiu nesta sexta (26) que cidadãos e a imprensa acompanhem o julgamento do produtor de cinema Harvey Weinstein, informou o jornal britânico The Guardian. O cineasta é acusado de abuso e assédio sexual por mais de 80 mulheres; ele nega todas as denúncias.

O magistrado James Burke acatou os pedidos da promotoria e dos advogados de defesa para que as audiências fossem mantidas em segredo. Segundo ele, as acusações contra Weinstein são "altamente inflamatórias" e permitir a entrada de público "resultaria em uma violação do direito do acusado a um júri imparcial e a um julgamento justo".

Órgãos de imprensa argumentaram que a audiência deve ser pública, uma vez que as alegações contra Weinstein já são tão conhecidas que o acesso à corte não feriria a possibilidade de um julgamento justo. Robert Balin, advogado que representa diversos meios de comunicação, afirmou ao jornal britânico que o julgamento é um caso de “legítimo interesse público”. 

Marianne Bertuna, advogada de Weinstein, disse ao Guardian que a decisão foi correta e que busca “limitar o dano que foi feito aqui em meio ao frenesi de uma mídia insaciável”.

Nesta sexta-feira, promotores e advogados de defesa discutem se evidências de crimes não denunciados e outras más condutas podem ser utilizadas como neste julgamento, que ocorre em Nova York e deve começar de fato em junho.

ASSÉDIO EM HOLLYWOOD

Confira a seguir um resumo sobre os principais casos de assédio sexual e estupro em Hollywood reportados recentemente.

Harvey Weinstein
No caso que foi o estopim para a avalanche de acusações em Hollywood, o outrora poderoso produtor de é acusado de ter assediado e estuprado mulheres ao longo de três décadas. Entre as vítimas estão Angelina Jolie, Ashley Judd e Gwyneth Paltrow. Bob Weinstein, irmão de Harvey, também foi acusado de assédio.

James Toback
Segundo o "Los Angeles Times", mais de 30 mulheres denunciaram o diretor e roteirista de cometer assédio sexual. Autor da reportagem, Glenn Whipp disse ter sido contatado por 193 mulheres com acusações semelhantes contra Toback, autor do roteiro de filmes como "Bugsy" e "O Apostador".

Roman Polanski
Além de ter estuprado uma garota de 13 anos em 1977, o cineasta franco-polonês também é alvo de, pelo menos, outras quatro acusações contra mulheres menores de idade, entre elas a atriz Charlotte Lewis. Em Paris, uma retrospectiva de sua obra foi alvo de críticas por um grupo feminista.

Dustin Hoffman
O ator é acusado de ter assediado sexualmente a escritora Anna Graham Hunter, então com 17 anos, no set do telefilme "A Morte de um Caixeiro-Viajante", em 1985. Ele teria falado de sexo para ela e a apalpado. Hoffman se desculpou e disse que aquilo não "reflete" quem ele é.

Brett Ratner
A atriz Natasha Henstridge diz ter sido forçada a fazer sexo oral no diretor de "A Hora do Rush" e "X-Men: O Confronto Final" nos anos 1990. Além dela, outras atrizes e modelos, como Olivia Munn e Haime Ray Newman, também relatam casos semelhantes envolvendo ele. Rattner nega as acusações.

Ed Westwick
O ator conhecido por "Gossip Girl" foi acusado de estupro por Kristina Cohen e Aurélie Wynn. Ele nega. A polícia de Los Angeles abriu investigação sobre o primeiro caso. Com isso, a BBC suspendeu a exibição "Ordeal by Innocence". As gravações da segunda temporada de "White Gold", da Netflix, também foram suspensas.

Morgan Freeman
Uma assistente de produção acusou o ator de comportamento sexual abusivo durante as gravações de “Despedida em Grande Estilo” (2017). A assistente acusa o ator de ter colocado as costas das mãos em sua perna e diz que ele também teria tentado levantar sua saia. Segundo a CNN, outras acusações contra Freeman foram relatadas –16 pessoas foram ouvidas, oito das quais se disseram vítimas.

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