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Marvel ainda tem lenha para queimar mesmo com fim de 'Vingadores'

Em campanha de marketing cara e agressiva, cada filme da série foi uma propaganda

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Desta vez, não adianta esperar pelo final dos créditos para ter uma pista da próxima aventura.

“Vingadores: Ultimato” de fato encerra um ciclo com os heróis da Marvel, que começou em 2008 e chegou a 22 filmes —só 2009 não teve um título do que ficou conhecido como Universo Cinemático Marvel.

Ao olhar para trás e ver a ordem dos lançamentos, com os heróis ganhando filmes individuais antes do crossover da saga “Vingadores”, parece fácil observar a galinha de ovos de ouro nas mãos da Marvel, que criou um estúdio próprio justamente com o UCM como projeto inicial. Não foi bem assim.

Para começar, ao contrário da DC Comics, que sempre se garantiu nos cinemas com seus personagens principais (Batman e Super-Homem), a Marvel não tinha inicialmente os direitos justamente do seu herói mais querido, Homem-Aranha, que teve uma trilogia bem-sucedida lançada pela Sony.

Mas ao nomear o geek Kevin Feige, à época apenas com 33 anos, como chefe de estúdio, a Marvel apostou no plano do jovem executivo. Sem Homem-Aranha ou X-Men, a ideia era jogar todas as fichas no grupo chave de heróis reunidos em Vingadores.

Na ordem dos lançamentos, descobriram uma estrela também não óbvia. Poucos colocariam a mão no fogo por Robert Downey Jr., ator de talento, mas passado complicado, que, a partir do momento em que vestiu a armadura do Homem de Ferro, tornou-se um dos mais queridos do público e, consequentemente, um dos mais bem pagos em Hollywood.

O sucesso do primeiro “Homem de Ferro”, em 2008 — com US$ 318,4 milhões arrecadados só nos cinemas americanos—, e do segundo, em 2010 —mais US$ 312,4 milhões—, foi fundamental para segurar as pontas até a chegada do primeiro “Vingadores”. Talvez se Capitão América, Thor ou Hulk (todos abaixo dos US$ 200 milhões) chegassem antes, a Marvel não teria fôlego para avançar no UCM. Lembrando que nesta primeira fase a Disney ainda não estava lá.

Cada filme lançado, de certa forma, servia como material de marketing para a chegada de um novo longa dos “Vingadores” nas telas, que estrearam em 2012, 2015 (“A Era de Ultron”) e 2018 (“Guerra Infinita”). Nada como ter um longa de duas horas de duração durante meses em cartaz para atiçar o cinéfilo para o próximo crossover.

Daí também a estratégia bem-sucedida de colocar pequenas pílulas no fim de cada filme solo de herói, uma espécie de teaser que levava os fãs aos cinemas, mesmo em títulos de heróis menos populares, como “Homem-Formiga” e a própria “Capitã Marvel”, personagens-chave em “Ultimato”. O plano deu tão certo que a Warner/DC repete a tática com sua Liga da Justiça.

“Vingadores: Ultimato” tem tudo para ultrapassar os US$ 2 bilhões de bilheteria mundial e se tornar pelo menos a segunda maior arrecadação de todos os tempos —ultrapassar os US$ 2,78 bilhões de “Avatar” (2009) ainda parece distante, possível, mas distante. Certo é que mesmo que “Vingadores” tenha chegado ao fim do jogo, a Marvel ainda tem muita lenha para queimar.
 

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