Aos 45 anos, Gabriel O Pensador está longe do auge. O rapper carioca alcançou fama nacional há mais de 20 anos, só que, recentemente, tem vivido um revivalismo em cima dos palcos. O show atual é baseado nos maiores sucessos dele, priorizando samples de músicas populares (de Legião Urbana a Tim Maia).
O palco Onix ficou preenchido para ele, com um público tranquilo, muitas pessoas sentadas na área gramada, no último dia de Lollapalooza 2019. Às 15h, o clima não poderia ser mais sossegado, mesmo em canções políticas, como a clássica “Cachimbo da Paz”, que discute a legalização da maconha.
Um dos momentos dançantes foi “Zóio de Lula”, cover do extinto Charlie Brown Jr. Ele também lembrou o grupo de Chorão com o sample e refrão de “Dias de Luta, Dias de Glória” usados em “Fé na Luta”, faixa com ajuda da cantora Taís Alvarenga. Lançada por Gabriel em 2016, a música inspirada nos lutadores de UFC teve recepção morna.
Gabriel O Pensador rima no estilo anos 1990, e suas letras que contam histórias ainda despertam curiosidade. Entre elas estão “Retrato de Um Playboy” e “2345 meia 78”. Ele e o DJ Leandro Neurose também trocaram versos improvisados.
A apresentação teve poucos discursos políticos, ainda que “Tô Feliz (Matei o Presidente)” tenha sido um recado claro a Jair Bolsonaro.
O rapper também dedicou a apresentação à própria família, em especial ao pai. “Meu pai está hospitalizado e eu estou pensando nele várias vezes no show”, anunciou, antes de cantar “Até Quando?”, música sobre superação.
Gabriel O Pensador soube divertir, ainda mais em um meio de tarde de Lollapalooza. No fim, todo mundo cantou “Astronauta” junto com ele.
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