“Espere até você chegar em São Paulo”, foi o que Macklemore ouviu de amigos durante a atual passagem dele pela América do Sul. O show do rapper na capital paulista, nesta sexta (5) de Lollapalooza, reuniu um público tímido, mas animado, no palco Adidas, enquanto a maioria dos presentes no festival se espremiam para ver o Arctic Monkeys no palco principal.
Branco, vestido com uma camisa florida e uma bandana amarrada na testa, Macklemore passa longe do estereótipo rapper. Nem por isso, ele deixa a desejar como MC. Tem uma levada acelerada e é hábil com as rimas.
Mais do que o conteúdo das letras, contudo, o que manteve a empolgação do público foi o clima de balada. O entusiasmo não se resumiu ao dono da festa: dançarinos e instrumentistas não pararam de pular e mexer os braços nem nas mais emotivas, como “Same Love”. “Podemos não falar a mesma língua, mas a linguagem da música é universal”, disse.
O set foi baseado nos maiores sucessos de Macklemore nesta década, assinados em parceria com o produtor Ryan Lewis. São raps que misturam arranjos de sopro e refrãos chiclete, com um discurso de amor que às vezes beira a pieguice. As mais celebradas delas foram “Thrift Shop” e “Can’t Hold Us”.
“Wily Wonka”, com refrão cantado (claro, em gravação) pelos ícones do trap norte-americano, Migos, foi uma exceção. Macklemore cantou vestido do personagem que dá título à faixa e soou caricato em meio aos graves – e especialmente “ao lado” do trio de Atlanta. A plateia, contudo, aprovou a performance.
Macklemore ainda chamou pessoas da plateia para uma espécie de concurso de dança e até foi parar no meio dos fãs com uma bandeira do Brasil. Entre muitas trocas de roupas, efeitos de luz e viradas bruscas nas músicas, o rapper pareceu mais competente por saber dar uma festa do que pelas performances em si.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.