Ritchie, com sua voz de barítono, canta clássicos de Cat Stevens em São Paulo

Compositor de 'Menina Veneno' se apresenta com canções do conterrâneo e arranjos de música de câmara

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

0
Ritchie, que faz show cantando Cat Stevens em São Paulo - Glaucio Ayala/Divulgação
São Paulo

​Ritchie deixa seu lado compositor de lado neste sábado (13) para se tornar apenas cantor. Por um bom motivo: as canções de Cat Stevens.

Acompanhado do quarteto de cordas Blacktie, em apresentação única no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, o inglês tornado carioca apresenta um greatest hits de um de seus artistas favoritos, em arranjos de música de câmara.

Serão 13 canções do período entre 1966 e 1974, quando Stevens lançou sua produção mais admirada. Vem dessa época sucessos como "Wild World", "Father and Son", "Moonshadow" e "Peace Train".

"A ideia sempre foi cantar as músicas com as quais eu tenho uma relação profunda", diz ele. "Não queria aprender novas canções, decorar letras."

Portanto, não faz parte do show a fase em que Cat Stevens se converteu ao islamismo e mudou o nome para Yusuf Islam, o que ocorreu no já longínquo 1978.

Completam a apresentação duas ou três músicas de Paul Simon, que fizeram parte do trabalho anterior de Ritchie com a Blacktie, que resultou no álbum "Old Friends - The Songs of Paul Simon", de 2016.

Já o projeto "Wild World -The Songs of Cat Stevens" já está gravado e tem previsão de ser lançado em maio. "O show no Ibirapuera seria o lançamento do CD, mas, sabe como é, atrasamos..."

"Quero fazer uma trilogia com cantores-compositores que despontaram nos anos 1960", conta, anunciando que James Taylor deve fechar o pacote. Mas a ideia de revisitar grandes ídolos pode continuar. Ray Davies (Kinks), Elvis Costello, Neil Young e Graham Nash aparecem no horizonte.

"Quanto a Beatles, Rolling Stones e Bob Dylan, esses eu tenho receio de mexer. Os três são as vacas sagradas", diz.

A Blacktie é formada por Swami Jr. (baixo), Mario Manga (violoncelo) e Fabio Tagliaferri (viola) —o show ainda contará com participação do músico Tuco Marcondes (violão de aço, mandolim e banjo).

Para quem guarda Ritchie na prateleira do pop nacional, devido ao enorme sucesso iniciado em 1983 com "Menina Veneno", "A Vida Tem Dessas Coisas" e "Pelo Interfone" (o disco "Vôo de Coração" alcançou 1 milhão de cópias vendidas), pode estranhar a escolha de rearranjar clássicos do rock em roupagem erudita.

Mas a vida do inglês antes de sua vinda ao Brasil, em 1972, aos 20 anos, explica essa direção. "Fui cantor em coro todos os dias da minha vida dos 5 aos 19 anos de idade. Comecei na igreja Anglicana, na Alemanha, onde meu pai, militar, morava com nossa família na época."

Em sua evolução como cantor e no desenvolvimento de criança para adolescente e depois adulto, Ritchie começou como soprano, foi para tenor, tornou-se barítono e chegou a baixo, voltando posteriormente para o barítono, no qual se aquietou.

Cantava peças de Schubert e Schumann "antes de conhecer os Beatles e tudo o mais". "Quando ouvi 'Eleanor Rigby', me identifiquei mais ainda com os Beatles, pois a canção tem cordas de orquestra, que era de onde eu vinha", lembra.

Ele chegou a cruzar com Cat Stevens em Londres, mas nunca se aproximou do ídolo. "Ele morava em Portobello road e, às sextas, há aquela famosa feira na rua. Cat Stevens estava sempre por lá."

Ritchie começou a estudar literatura inglesa em Oxford, mas nas férias do primeiro ano conheceu os Mutantes e se mandou para cá.


Wild World – The Songs of Cat Stevens

Artista: Ritchie e Blacktie. Sáb. (13), às 21h, no Auditório Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, parque Ibirapuera, São Paulo). Ing.: R$ 30, em ingressorapido.com.br. Livre

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.