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Em Cannes, Iñarritu diz que tuítes de Trump criam paranoia e ameaça

'Parece que cada tuíte é um tijolo de isolamento que cria paranoia e ameaça', afirmou

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O diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, presidente do júri do Festival de Cannes, durante entrevista coletiva na cidade francesa
O diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, presidente do júri do Festival de Cannes, durante entrevista coletiva na cidade francesa - Laurent Emmanuel/AFP
Cannes (França)

Primeiro latino-americano a presidir o júri no Festival de Cannes, o cineasta mexicano Alejandro González Iñárritu disparou farpas contra Donald Trump e defendeu as salas de cinema diante do crescimento da Netflix.
 
“Parece que cada tuíte é um tijolo de isolamento que cria paranoia e ameaça”, afirmou, sem citar o nome do presidente americano, em conversa com jornalistas na abertura da mostra, nesta terça (14).
 
Ainda segundo ele, o fato de o festival o ter chamado para ser presidente de corpo de jurados é uma “declaração que fala por si só” em relação às políticas anti-imigração nos Estados Unidos.
 
Dois anos atrás, o diretor de “Birdman” e “O Regresso” apresentou em Cannes uma instalação em realidade virtual, “Carne y Arena”, que simulava a travessia pelo deserto empreendida por imigrantes latinos. “Foi a minha forma de responder ao que está ocorrendo não só no México, mas em todas as fronteiras do mundo.” 

González Iñárritu abordou ainda a rixa entre as salas de cinema e as empresas de streaming, em particular a Netflix, que pulam essa janela de exibição ao lançarem suas produções 
 
“Ver é diferente de assistir. Não tenho nada contra a possibilidade de se ter um filme no celular ou no computador, mas sei que não é a mesma coisa. O cinema nasceu como experiência comunal”, afirmou o cineasta.
 
Indagado a respeito da tarefa de ter que avaliar os 21 filmes em competição, o mexicano falou que se sente diante um buffet. “São tantos pratos que o sabor de um vai afetar o outro. E não haverá muito tempo para desfrutar cada um de forma apropriada.”
 
Entre os filmes que concorrem à Palma de Ouro estão “Bacurau”, dos pernambucanos Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, e “O Traidor”, coprodução do Brasil com a Itália dirigida por Marco Bellocchio.
 
Neste ano, as controvérsias queimaram a largada da 72ª edição do Festival de Cannes. Na véspera da abertura do evento, o mais importante do cinema, começou a circular um abaixo-assinado encampado por americanas que se indignaram contra o fato de o ator francês Alain Delon receber homenagem.
 
Aos 83, o artista receberá uma Palma de Ouro honorária. Mas suas declarações de que já teria estapeado mulheres no passado, além de sua filiação à direita na França, enfureceram grupos de apoio a minorias.
 
O jornalista se hospeda a convite do Festival de Cannes

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