Desafio da Literatura Brasileira da Folha mostra preferência por mortos e livros escritos em prosa

Leitores enviaram mais de 680 imagens de livros pelo Instagram

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São Paulo

Para comemorar o Dia da Literatura Brasileira, celebrado neste 1º de maio em homenagem ao nascimento de José de Alencar (1829-1877), a Folha propôs em seu Instagram um desafio convidando leitores a postarem imagens com recomendações de livros de autores brasileiros, de ficção ou não ficção, infantis ou não, usando a hashtag #MeuLivronaFolha ou marcando @folhadespaulo nos Stories.

Em sete dias, foram mais de 680 participações. Machado de Assis (com “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Dom Casmurro”), João Guimarães Rosa (com “Grande Sertão: Veredas”), Jorge Amado (com “Capitães da Areia”), Aluísio Azevedo (com “O Cortiço”) e José de Alencar (com “Lucíola” e “Senhora”),  figuraram entre os autores mais lembrados.

Os mortos pelo visto têm muito a comemorar. Não tem ninguém vivo na lista de livros e autores mais citados no desafio.

Só um Chico Buarque aparece ali perdido entre os mais lembrados, depois de luminares como Machado de Assis, Guimarães Rosa, José de Alencar e outros. A pujante literatura contemporânea brasileira, como se sabe, tem dificuldade em encontrar leitores.

A forte campanha da Companhia das Letras ao lançar a nova edição de "Grande Sertão: Veredas" também parece ter surtido efeito —embora seja um livro que o leitor menos experiente costuma achar difícil, apareceu no top 3.

Jorge Amado, quase 20 anos depois de sua morte, ainda é um dos mais lembrados; prova de que a literatura sensual e bem-humorada de um dos maiores contadores de histórias do Brasil continua a cativar.

A lista reforça a forte influência da escola na formação de leitores —salve Chico, todos são leitura obrigatória aqui e ali. Também mostra o enorme desprestígio da poesia na sociedade. Se era para ficar em clássicos, parte crucial da literatura brasileira foi escrita em verso. Mas quase ninguém se lembrou dela.

Erramos: o texto foi alterado

Diferentemente do informado no texto, José de Alencar viveu de 1829 a 1877, e não de 1929 a 1977.

 

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