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Televisão

'Disque Amiga para Matar' é intrigante e candidata a ser devorada de uma vez

Christina Applegate e Linda Cardellini protagonizam tragicomédia bem bolada da Netflix

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Disque Amiga para Matar

  • Onde Disponível na Netflix
  • Elenco Christina Applegate e Linda Cardellini
  • Direção Amy York Rubin

A sinopse desta série, em dez episódios de mais ou menos 30 minutos cada, já é um spoiler. Mas não há outro jeito de falar sobre ela sem revelar um pedacinho da trama da comédia de humor sombrio, forte candidata a ser devorada de uma vez só, de tão interessante.

Jen (Christina Applegate) vive uma viúva furiosa. Não consegue superar a morte do marido, atropelado por um carro que não parou para ajudá-lo. Além do luto, ela é obcecada pela ideia de encontrar o assassino covarde, já que a polícia não parece empenhada em desvendar o crime.

Então, a protagonista decide participar de um grupo de apoio para pessoas enlutadas. Sem mergulhar nas sugestões propostas pelo pastor que lidera a turma, Jen acaba cedendo às tentativas de contato de uma das participantes, Judy (Linda Cardellini, de “Mad Men”), que diz que também perdeu o marido.

Mas Judy tem segredos, revelados no primeiro episódio, que deixam a trama bem mais intrincada. Dois deles dá para contar aqui sem maiores estragos no prazer de assistir ao programa: ela não é viúva coisíssima nenhuma. E se aproxima de Jen por interesse.

Só não espere grandes profundidades nos temas tratados, esse é um seriado de digestão leve, daqueles que você assiste até o fim, mas que não introduzem nenhuma grande novidade na forma de fazer esse tipo de TV, ou uma nova maneira de misturar drama e comédia.

“Disque Amiga para Matar” (o título em inglês é “Dead to Me”, “Morta para Mim”, bem mais sutil que a tradução brasileira, ela mesma um spoiler) prende o telespectador com o jeito habilidoso com o qual a história se desenrola, além da bom trabalho das duas mulheres principais do elenco. 

Criada por Liz Feldman, do ótimo “Duas Garotas em Apuros”, a série tem esquetes bem boladas e inusitadas, que se encaixam quase sempre com o que acontece em seguida. Ao longo da trama, entram os coadjuvantes, como os dois filhos de Jen, um adolescente e um de mais ou menos 10 anos; Lorna, a mãe do morto e sogra enxerida; Steve (James Marsden, de “Westworld”), o ex-namorado de Judy, entre outros.

Mas é a química entre as protagonistas o grande trunfo desse seriado. Christina Applegate interpreta sua Jen com o equilíbrio perfeito entre a força e a ira da corretora de seguros bem-sucedida que ela é e a fragilidade da viúva jovem que se culpa pela morte do marido. E Linda Cardellini vive sua Judy com todas as contradições da mulher meio riponga, sem um tostão, mas charmosa o suficiente para entrar de verdade na família de Jen.

As muitas cenas com as duas juntas parecem bons improvisos, nenhuma delas exagera ou diminui as situações por que passa. São boas atrizes com bons papéis, atuando em cenas bem escritas. O que já é muita coisa.

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