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Gerador de ruídos criou conexão entre atores e monstros em 'Godzilla 2'

Millie Bobby Brown, conhecida por 'Stranger Things', é uma das protagonistas do novo longa

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Cena de "Godzilla 2: Rei dos Monstros" Divulgação

Los Angeles

Millie Bobby Brown convive com monstros desde os 12 anos, quando apareceu para o mundo na série de terror “Stranger Things”, da Netflix. Mal completou 15 anos e a jovem atriz encara o desafio de estrear nos cinemas em “Godzilla 2: Rei dos Monstros”, no qual divide a tela com criaturas do cinema de fantasia.
 
“Já estou acostumada com monstros”, brinca a sorridente estrela durante a entrevista. “Foi um desafio, como sempre, principalmente porque a expectativa dos fãs de Godzilla é grande, mas fiquei empolgada de mostrar uma personagem que não fosse o famoso dono do filme.”
 
A preocupação é real. Afinal, quando “Godzilla” (2014) apresentou a nova encarnação americana do lagarto gigante e radiativo criado pela japonesa Toho, em 1954, os fãs reclamaram da pouca presença do monstro na telona.

“Gosto de filmes que levam algum tempo para servir o prato principal, mas há uma pressão grande para mostrarmos mais e mais nos dias de hoje. Sonhava com esse dia desde meus dez anos, quando via os longas japoneses com um brinquedo de Godzilla nos braços”, admite o diretor Michael Dougherty (“Contos do Dia das Bruxas”).

Em “Godzilla 2”, que chega agora aos cinemas, os humanos ficam em segundo plano para a entrada não só do lagartão, mas dos outros monstros clássicos da mitologia cinematográfica: Rodan (uma espécie de pterossauro), Mothra (uma mariposa gigante) e, claro, o grande vilão King Ghidorah (um dragão monumental de três cabeças)

“O primeiro filme foi uma preparação. Agora, tirei as luvas e fui para a briga”, diz Dougherty, que assumiu a comando da franquia após a saída de Gareth Edwards, diretor do anterior e ainda preso nas filmagens de “Star Wars – Rogue One” (2016).
 
Por baixo dos confrontos entre as criaturas monumentais, Bobby Brown faz a filha de um casal de cientistas (Kyle Chandler e Vera Farmiga), que se separa após a perda de um filho durante um dos ataques. “Queríamos mostrar que existe algo de importante quando você tira os monstros da equação. É uma história sobre uma família lidando com experiências traumáticas, mas também sobre amadurecimento —com Godzilla no meio”, diverte-se a atriz.

A presença de uma das protagonistas de “Stranger Things” também serviu para causar um equilíbrio durante as filmagens extenuantes —os atores adultos chegaram a trabalhar durante 18 horas em certos dias. Bobby Brown, que só pode trabalhar meio período por ser menor de idade, se dividia entre os estudos e as filmagens deste que é o seu primeiro longa.

“Em ‘Stranger Things’, me sinto como se estivesse no colegial, porque tem muitas pessoas da minha idade e rimos o tempo todo. ‘Godzilla’ foi como ir para a faculdade, todo mundo sério, fazendo cinema”, compara ela.

Foi quando a atriz decidiu deixar o set “mais leve”. Ela passou a enfiar ratos de borracha nas geladeiras dos outros atores, baratas de plástico na comida, olhos falsos em tigelas de cerejas e até a espalhar bolas minúsculas nos trailers. “Sei meus limites. Nunca faria com alguém que não gostasse de brincar, mas todo mundo entrou na diversão e fui vítima de outras pegadinhas também”, conta ela.

Por outro lado, o diretor Michael Dougherty sabia da importância de extrair o máximo possível dos seus atores ao interagir com os monstros feitos por efeitos especiais. Ele foi além das telas verdes, cabeças azuis e bolas de tênis que serviam para representar criaturas digitais e usou um sistema de visualização que projetava uma animação da cena completa, criando até um gerador de rugidos.

“O sistema ficava ligado em um alto-falante gigante apelidado de ‘Mastodonte’ para os atores sentirem a potência do rugido de Godzilla”, explica o cineasta.
 

Fã de “King Kong” e “Tubarão”, Bobby Brown diz que essas decisões criaram uma “conexão real com o monstro”, mas que evitou ver os filmes anteriores para descobrir sobre Godzilla “junto com a personagem”. Um luxo que ela não tem na TV. 

“Séries televisivas têm um ritmo mais rápido e temos menos tempo para nos prepararmos. Além dos cenários de ‘Godzilla 2’ serem maiores, passávamos dias trabalhando em uma única cena”, lembra a atriz, que já terminou de filmar no Havaí a sequência “Godzilla vs. Kong”, prevista para 2020, e reaparece como Eleven na terceira temporada de “Stranger Things”.
 

“A temporada inteira é baseada em sentimentos e emoções reais adolescentes, mas também há reflexos nos pais. É uma história incrível que vai fazer todo nosso trabalho duro valer a pena no final”, conta ela sobre a série que estreia no dia 4 de julho na Netflix

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