Português João Fernandes, do Reina Sofía, será novo diretor artístico do IMS

Curador é familiarizado com produção brasileira e interseção entre manifestações artísticas

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O português João Fernandes, novo diretor artístico do Instituto Moreira Salles
O português João Fernandes, novo diretor artístico do Instituto Moreira Salles - Renato Parada/ IMS/ Divulgação
São Paulo

O curador português João Fernandes, atual subdiretor do museu espanhol Reina Sofía, foi escolhido para ser o novo diretor artístico do Instituto Moreira Salles. Ele assume o cargo em agosto, em substituição ao crítico Lorenzo Mammì que, em outubro, voltou à carreira acadêmica na USP. 

À frente da instituição, que guarda um dos maiores acervos de fotografia, música, iconografia e literatura do país, Fernandes diz que trabalhará para fortalecer as relações entre o que se produz no Brasil e o que se produz no mundo. 

"Em termos de parcerias, tudo é possível, mas não me interessa importar projetos já feitos em outros lugares", disse, ao ser apresentado no novo cargo, na unidade paulista do IMS. "Os eventos aqui têm de levar em conta o fato de estarem no Brasil."

Ele afirmou ainda que tem diante de si um "desafio maravilhoso", que é o de contar com um acervo que abrange várias áreas, como as artes visuais e o cinema.

O curador português tem grande familiaridade com a produção brasileira. Antes de assumir o Reina Sofía, em Madri,  esteve à frente, por 16 anos, do Museu de Serralves, no Porto, onde exibiu obras de artistas nacionais como Cildo Meireles e Lygia Pape. 

"O Brasil oferece um contexto valioso para entendermos a produção contemporânea", disse, citando São Paulo como palco do que chamou de "vanguarda anticolonial", referindo-se à Semana de Arte Moderna de 1922. "Estou interessado nas várias antropofagias que aqui se pode fazer."

Ele também falou do que significa ser diretor artístico de um instituto como o IMS tempos de polarização e de enfrentamento à cultura. "É importante estar no Brasil neste momento. A cultura é um utensílio para enfrentar um passado de injustiça."

Fernandes foi um dos responsáveis, junto de Manuel Borja-Villel, por comandar uma transformação no Reina Sofía, que se abriu mais para a produção ibero-americana e propôs exposições mais arrojadas, como a recente mostra sobre Fernando Pessoa, que traçou paralelos entre a produção literária do autor e várias manifestações artísticas. 

Ele ainda não adiantou quais mostras tem em mente para o IMS, mas o instituto já tem programados para este ano e para 2020 eventos sobre o cineasta alemão Harun Farocki e exposições de fotos da americana Susan Meiselas, do baiano Mário Cravo Neto e do japonês Daido Moriyama. 

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