Renato Terra estreia blog na Folha em que satiriza o noticiário

Com paródia jornalística, autor vai alvejar principalmente figuras políticas

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Renato Terra, roteirista e colunista da Folha - Bruno Santos/Folhapress
São Paulo

Todo fato que ganha repercussão nos jornais e nas revistas, especialmente se político, pode virar piada em um novo blog assinado pelo roteirista Renato Terra. A novidade passa a ser publicada nesta quinta (2) pela Folha, onde ele mantém também uma coluna na Ilustrada, às sextas.

Na revista mensal Piauí, Terra foi autor do já extinto Diário da Dilma, que tomava a liberdade de ficcionar anotações pessoais da ex-presidente petista. Entre 2009 e 2016, também escreveu para o The Piauí Herald, site que parodia o noticiário, da mesma forma que Terra pretende fazer.

O autor publicará periodicamente textos que parecem notícia, mas são uma recriação bem-humorada —e 
ficcional— de textos, títulos e manchetes de jornal.

No currículo de Terra também está a direção de filmes documentais como “Uma Noite em 67”, “Fla x Flu — 40 Minutos Antes do Nada” e “Eu Sou Carlos Imperial”.

Uma ideia para a primeira publicação, adianta, é brincar com uma recente censura de Jair Bolsonaro sobre uma propaganda do Banco do Brasil protagonizada por uma mulher careca negra e um homem em um salão de beleza, entre outros perfis tachados como oriundos de minorias.

O episódio resultou na demissão do diretor de comunicação e marketing do banco, Delano Valentim.
Um alvo potencial de seu humor serão aqueles que estão no poder, conta Terra.

“O humor trabalha muito desta forma: você pega a realidade e desloca só um elemento para revelar o absurdo que está por trás dos fatos”, diz. “No governo Bolsonaro, as coisas já estão tão deslocadas que basta colocar uma azeitona para que fique engraçado.”

Terra não adianta muito mais do conteúdo do blog, pois pretende “pensar na hora” sobre o que vai publicar. A ideia é ficar sempre atento às notícias e escrever para o blog pouco tempo depois de elas pipocarem na tela dos leitores.

O autor diz que, a exemplo do que fez com o Diário da Dilma, pretende alvejar partidos de todo o espectro político, à direita ou à esquerda.

Lembra que, ao mesmo tempo em que a ex-presidente dizia gostar da sátira produzida a partir de sua atuação política, as publicações eram usadas por colunistas alinhados com a direita contra a petista.

Para Terra, o humor tem essa prerrogativa, a de se abrir para leituras díspares ou diversas, ao mesmo tempo em que escancara o que há de mais torto por trás dos fatos.

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