Descrição de chapéu BBC News Brasil

Como a Peppa Pig se transformou em um negócio global de bilhões de dólares

Desenho britânico teve vendas mundiais estimadas em US$ 1,3 bilhão em 2018

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

BBC News Brasil

Era uma vez um pequeno negócio que terminou se transformando em um gigante bilionário.

Essa é a história do desenho britânico Peppa Pig, que, depois de 15 anos de sucesso internacional, continua ganhando adeptos em diferentes partes do mundo e gerando cifras em torno de US$ 1 bilhão (R$ 3,88 bilhões).

Criada no final dos anos 1990 pela empresa Astley Baker Davies, a personagem teve seu primeiro capítulo transmitido em 2004 pelos canais Channel 5, do Reino Unido, e Nick Jr, da Nickelodeon.

Desde então, passou a ser exibido em centenas de países e se tornou muito popular na China.

Mulher segura pelúcia da personagem Peppa Pig
Mulher segura pelúcia da personagem Peppa Pig - Getty Images

Tanto que uma boa parte das vendas globais em 2018, estimadas em US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões), vem do país asiático.

Desde 2015, quando o grupo canadense Entertainment One adquiriu 70% da série por US$ 212 milhões (cerca de R$ 842 milhões na época), Peppa Pig começou a crescer rapidamente.

O chefe de finanças Giles Willits anunciou que as vendas da série vão alcançar US$ 2 bilhões (cerca de R$ 7,8 bilhões em até cinco anos.

A porquinha tem seus próprios parques temáticos, jogos e produtos associados à marca, além de um canal oficial no YouTube com 7,3 milhões de assinantes.

Por isso, os responsáveis pela animação estão trabalhando com força total em mais de 100 novos capítulos, que vão se juntar aos mais de 300 existentes.

Conhecida como Pei Pei Zhu na China, a protagonista da série é um fenômeno comercial no país, muito por causa do chamado 'ano do porco' —pelo calendário chinês, 2019 começou no dia 5 de fevereiro e será regido pelo porco.
 
Mas Peppa esteve a ponto de perder esse mercado, quando o governo censurou a série no ano passado por ter se transformado em símbolo dos jovens críticos ao sistema político chinês.
 
Repentinamente, milhares de vídeos na internet desapareceram, e até a hashtag #PeppaPig sofreu com a intervenção estatal.
 
"Esses são elementos que não condizem com o desenvolvimento saudável das indústrias culturais e devemos estar vigilantes", disse o editorial de um jornal oficial do governo chinês.
 
"Não se pode permitir a destruição da juventude das crianças e que se quebre as regras", dizia o texto.
 
Tudo mudou quando o governo chinês decidiu, este ano, que não havia nada de errado com o desenho animado e eliminou a censura.
 
O filme intitulado "Peppa Pig celebra o Ano Novo chinês" foi um sucesso absoluto. Mais de 40 milhões de livros em mandarim com os personagens da série foram vendidos e se investiu em todo o tipo de produto licensiado, como mochilas, relógios e roupas.
 
Em 2018, a Merlin Entertainments, empresa por trás da Legoland e Alton Towers, abriu um parque temático da Peppa Pig em Shangai. A "febre Peppa Pig" continua também no resto do mundo.
 
Foram abertos mais parques nos Estados Unidos e há planos de instalar mais de dez em outros países.

Campo tem retrato de Peppa Pig
Campo tem retrato de Peppa Pig - Getty Images

A indústria tem reagido rapidamente para aproveitar o sucesso do desenho.
 
O desenho, contudo, também atrai críticas.
 
A série tem sido acusada de reforçar estereótipos de gênero ou de incentivar o mau comportamento entre as crianças.
 
Peppa chegou a ser declarada por uma médica britânica como "inimiga pública número 1" na luta para reduzir visitas desnecessárias aos centros de saúde.
 
Catherine Bell disse à BBC que o uso inapropriado da família Pig fazia dos serviços médicos gerava expectativas "pouco realistas" nas pessoas.
 
Isso se deve ao fato de que o personagem do médico Dr. Urso Pardo atende telefones e faz visitas a domicílio a qualquer hora.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.