Disco póstumo de Prince reúne sucessos gravados por outros músicos

Com 15 músicas, 'Originals' sai no dia 21 nas plataformas digitais

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O cantor Prince durante performance no Rock in Rio II, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro - Fernando Rabelo/Folhapress
São Paulo

Desde a morte de Prince, em 2016, um sem número de álbuns póstumos são esperados. Afinal, em algumas fases da vida, ele chegou a gravar até cinco músicas por dia em seu estúdio caseiro. “Originals”, que sai no dia 21 nas plataformas digitais, é só uma amostra desse baú musical.

Algumas das 15 faixas do álbum destacam canções de Prince que foram hits de outros artistas e agora aparecem na voz de seu autor. “Manic Monday”, que ele escreveu para Susanna Hoffs, do Bangles, não chega perto da pegada do hit mundial das meninas, em 1986.

“Nothing Compares 2 U” troca o acompanhamento orquestral da versão conhecidíssima de Sinéad O’Connor por percussão tímida, guitarra levemente distorcida e solo de sax. A canção é tão poderosa que resiste até ao formato capenga.

“Love... Thy Will Be Done”, gravada por Martika, vem como balada sacolejada e divertida. Em “The Glamourous Life”, que Prince fez para Sheila E., ele usa sons orquestrais e muitas palmas para convidar à dança.

Parte do material bebe na fonte do funk mais agitado dos anos 1970. É o caso de “Sex Shooter”, uma convocação à safadeza. “Jungle Love” se situa no quase batidão que ele fazia em algumas faixas do álbum clássico “1999”.

Em “100 M.P.H.”, Prince toca uma guitarra insinuante, que vai costurando por toda a duração da música. “Holly Rock” é o tipo do funk para ser acompanhado por palmas. Bruno Mars venderia a alma para gravar alguma coisa assim.

“Gigolos Get Lonely Too”, “Wouldn’t You Love to Love Me” também são funks animados. “Make Up” desemboca no eletrônico de raiz. Batida rápida, toda decorada com barulhinhos robóticos.

Mas há coisas fracas no pacote. “Noon Rendezvous”, que promete uma suruba na letra, é uma das faixas mais comportadas. Já “You’re My Love” é a música mais estranha de “Originals”. Uma balada pop meio arrastada, que Prince canta com voz grave, ela soa mais um rascunho do que uma canção terminada.

“Baby, You’re a Trip”, baladinha comum, cantada em falsete, e a quase rock “Dear Michelangelo” completam a coletânea. Não mereciam destaque, principalmente para um artista que deve ter um baú magnífico ainda escondido.

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