Incêndio da Universal destruiu material original de mais de 700 artistas

Novo documento divulgado pelo The New York Times mostra perda de obra de Bryan Adams, The Who e Cher

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São Paulo

Em 2013, Bryan Adams queria fazer uma edição comemorativa do seu álbum “Reckless”, que completava 30 anos. Em 1984, o músico canadense atingiu o estrelato com a venda de 12 milhões de cópias do disco.

Adams contatou a Universal Music Group, que foi sua gravadora, mas nunca recebeu nenhum tipo de material e, por fim, ele encontrou uma gravação original em seu próprio armazém em Vancouver. 

Na época, Adams não recebeu nenhuma explicação, mas o material foi perdido em um incêndio nos estúdios da Universal em Los Angeles, em junho de 2008, revelado pelo The New York Times no último dia 11.

Incêndio que atingiu os estúdios da Universal, em 2008 - Fred Prouser/Reuters

O jornal americano liberou, nesta terça (25), mais de 700 nomes de artistas afetados pelo incêndio. Neil Young, Cher, Dolly Parton, The Who e o próprio Adams integram uma lista feita pela Universal para o chamado "Projeto Phoenix". 

Lançado logo após o incêndio, o objetivo era fazer uma pesquisa global para encontrar cópias das chamadas fitas masters que teriam sido destruídas pelo fogo. Uma master é a gravação original única de uma peça musical. Por isso ela é tão importante: é a fonte a partir da qual discos de vinil, MP3s e todas as outras gravações são feitas. Ela é a base para reedições lucrativas de obras de artistas musicais.

Os documentos eram classificados em uma ordem hierárquica de prioridades. Entre os artistas considerados mais importantes, estavam Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, Muddy Waters, Joni Mitchell,  Gwen Stefani, Blink 182 e Limp Bizkit. 

Ainda de acordo com a lista, gravações de lendas do entretenimento americano como Groucho Marx, Mae West e Bob Hope também teriam sido destruídas, assim como o álbum "Remaining Awake Through a Great Revolution", de Martin Luther King Jr.

A gravadora Universal Music Group virou alvo de um processo de indenização de pelo menos US$ 100 milhões (cerca de R$ 383 milhões). A ação judicial foi movida pelas bandas Soundgarden e Hole e por representantes do rapper Tupac Shakur e do cantor Tom Petty, ambos já mortos.

Lucian Grainge,  que assumiu a presidência da empresa três anos após o incêndio, emitiu uma nota dizendo que a Universal deve transparência a seus artistas.

De acordo com a primeira reportagem do New York Times, um relatório confidencial da gravadora estimou uma perda de cerca de 500 mil fitas masters, entre discos e arquivos de computador. Originais de Nirvana, Eric Clapton, Ray Charles, B.B. King, Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Tupac Shakur e Aerosmith estariam entre o material destruído.

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