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Bonequeiros de Cocoricó criam nova série para crianças na TV

'Rádio Zoo' estreia em setembro no canal ZooMoo com animais que amam música e protegem o ambiente

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São Paulo

Uma girafa, um hipopótamo, um polvo, uma preguiça e um guaxinim criaram uma rádio num zoológico imaginário de São Paulo.

É claro que a bicharada não é de verdade —é de pelúcia e estreia em setembro no programa “Rádio Zoo”, criado por um time de especialistas em bonecos. No total, a série conta com 13 episódios de menos de 15 minutos cada um.

A cada capítulo da série, que tem previsão de estreia para setembro e acabou de terminar a fase de gravações, as atividades dos animais na rádio são amarradas por um tema. Em seguida, há a explicação de um instrumento musical e um clipe final. 

“O clipe é uma marca no que faço. Os personagens terminam o episódio cantando”, diz Fernando Gomes, que assina a direção e a confecção de bonecos e é o conhecido bonequeiro por trás do sucesso de “Cocoricó” e do charmoso Canal do Júlio no YouTube.

As músicas ficaram a cargo de outros nomes de peso, Hélio Ziskind e Fernando Salem. Ziskind, autor do tema de abertura, integrou o grupo Rumo, tem o canal Zis no YouTube e assinou canções que sobrevivem na memória de adultos de hoje, vindas de programas infantis como “Castelo Rá-Tim-Bum” e “Glub-Glub”, por exemplo.

Salem afirma que eles procuraram variar nos ritmos das canções, passando por blues, bossa nova, rock, marchinha de Carnaval, samba de roda, reggae, hip-hop e composições clássicas. “O universo dos bichos é cheio de sons, trejeitos e movimentos malucos. Tudo inspira e expira música na série”, diz. 

Já a concepção e o roteiro do programa, produzido pela Barry Company, são de Mariana Elisabetsky, roteirista do reality de teatro musical “Cultura, o Musical”, da TV Cultura, e também envolvida na segunda temporada de “Bubu e as Corujinhas” (disponível em Disney Jr e TV Cultura).

Segundo Elisabetsky, o enredo com bichos de pelúcia trapalhões se desdobra em três assuntos que servem de guias aos episódios: ambiente, música e a vida dos bichos.

Segundo dela, o objetivo foi tentar, ao mesmo tempo, ensinar a lidar com sentimentos como o medo e o ciúme e trazer mensagens de solidariedade e respeito entre as crianças.

“O Fernando Gomes é o Jim Henson [criador dos “Muppets”] brasileiro. Ter ele no projeto é como ganhar um selo de qualidade”, diz.

O bonequeiro conta que “Rádio Zoo” busca ser mais do que “um programa nesse universo fantástico de bonecos adaptados para a TV”, pois tenta mostrar o quanto essa linguagem ainda é atual e pode ser eternizada. “Não é produto da moda e atinge crianças e adultos —nosso público cresceu”, diz. “A gente tem uma linguagem de teatro de bonecos adaptada aos dias de hoje, é uma forma de contar histórias lúdicas e alegres, que não envelhecem.”

A série também mostra como o faz de conta é construído. “O processo de criar e dar vida aos bonecos aparece na TV em alguns momentos, em determinadas cenas, com as ferramentas de manipulação à vista do telespectador. O resultado é a revelação para a criança de parte do processo artesanal da animação na TV”, adianta Gomes.

Neusa de Souza, atriz que dá vida à bicho-preguiça Expedita, produtora da rádio, cria uma das principais personagens, de jeito pouco óbvio. Ela fala rápido e anda devagar. “Tive de fazer um exercício de segurar a mão e soltar a voz porque a tendência é fazer a mão acompanhar a voz na manipulação de bonecos”, diz ela, que manipulava vários bonecos em “Cocoricó”. 

Outro dos destaques do elenco é o ator André Dias, que trabalhou nas novelas “Segundo Sol” e “Novo Mundo”, da Globo, e define o seu personagem na série, o Som Zé, como um grande dinossauro, ou “hipopótamo do rock”. 

A maioria dos profissionais envolvidos no programa, contudo, veio da TV Cultura. Segundo Gomes, eles tiveram a sorte de nascer no que considera “a era de ouro da programação de TV para crianças”. “Outros canais fizeram programas infantis, mas em tanta quantidade e em tão pouco tempo, só a Cultura”, acredita.

Rádio Zoo
A partir de setembro no canal ZooMoo

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