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'O Rei Leão', com Beyoncé, ganha versão toda construída num mundo virtual

Filme integra Renascença da Disney, que também inclui 'A Pequena Sereia', 'A Bela e a Fera' e 'Aladdin'

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Rei Leão,Nala e Beyoncé

Beyoncé faz a voz de Nala no novo 'O Rei Leão' Kwaku Alston/Divulgação

São Paulo

“O Rei Leão”, aquele com o felino metido a Hamlet, completou 25 anos no mês passado. Para celebrar o feito, a Disney entrega uma refilmagem hi-tech, com personagens recriados digitalmente e um elenco de dubladores-cantores de grife, dessa que é uma das joias de sua coroa. 

Mas a nova versão, que estreia nesta semana, não vem sozinha. Vem na esteira de releituras de animações do estúdio, sobretudo daquelas feitas numa era de ouro da história do estúdio e que rendeu obras como “A Pequena Sereia”, “A Bela e a Fera” e “Aladdin”

Foi uma época em que rosas encantadas, tapetes voadores e outras figuras fantásticas passaram a habitar o imaginário de boa parte dos que nasceram entre os anos 1980 e 1990 e que agora, adultos, voltam aos cinemas para assistir aos remakes.

Joias reluzentes de um baú de animações, esses filmes integram uma era considerada a Renascença da Disney. Num intervalo de dez anos, de 1989 a 1999, o estúdio reinventou o gênero, colecionou prêmios, voou alto nas bilheterias e lançou filmes ainda adorados.

Mas o caminho até essa era de exuberância não foi fácil. Como diria o imperador de “Mulan”, de 1998, “a flor que desabrocha na adversidade é a mais rara e bela de todas”.

Foi justamente em meio a problemas financeiros e criativos que os Walt Disney Animation Studios deram início à bem-sucedida década.

Filmes que a antecederam, como “O Caldeirão Mágico”, de 1985, foram rechaçados pela crítica e decepcionaram na bilheteria, mergulhando o departamento de animação da Disney em incertezas.

Seus funcionários chegaram a ser realocados para um prédio fora do quartel-general do Mickey, uma decisão que visava privilegiar a produção de filmes com atores.

Mudanças na gestão, no entanto, desencadearam um dos períodos mais férteis da empresa. Buscando inspiração nos grandes musicais da Broadway, a Disney contratou Alan Menken e Howard Ashman, então novatos na cena teatral nova-iorquina, para compor a trilha de sua aposta para 1989, “A Pequena Sereia”.

O sucesso foi tremendo, seguido pela primeira animação indicada ao Oscar de melhor filme, “A Bela e a Fera”, e “Aladdin”, até chegar “O Rei Leão”, em 1994, considerado o ponto de virada da Renascença 
—depois dele, bilheterias e críticas foram ficando menores.

De toda essa safra dourada, “A Bela e a Fera” foi refilmado, “Aladdin” está em cartaz, “Mulan” estreia no ano que vem e “A Pequena Sereia”, “O Corcunda de Notre Dame” e “Hércules” já estão na fila.
Se originalmente essas tramas foram concebidas num cenário problemático, elas agora renascem num contexto totalmente diferente.

A Disney tem hoje nas mãos franquias lucrativas, como “Star Wars”, os filmes de super-herói do chamado Universo Cinematográfico Marvel e “Toy Story”, além de figurar entre as dez marcas mais valiosas do mundo, segundo a revista Forbes. Mesmo assim, volta ao passado e investe em obras à prova de fracasso.

Na visão de Jon Favreau, diretor do novo “O Rei Leão”, porém, a tendência não é orientada pelo departamento financeiro. “Eu acredito que sempre que uma tecnologia é criada, há uma chance de 
explorar histórias passadas para descobrir se continuam relevantes”, diz. “Faz parte da tradição cinematográfica.”

A novidade deste novo longa é sua tecnologia, já que, diferente de outras releituras, esta não é uma live-action, ou filme com atores de carne e osso. Ainda é animação, mas em vez de desenho tem imagens geradas por computador.

A equipe desenvolveu novas técnicas para chegar aos efeitos. “Criamos um game de realidade virtual para múltiplos jogadores, no qual a equipe pôde entrar no mundo animado e, lá dentro, regular as câmeras.”

“Todos estávamos nesse ambiente virtual, tratando o longa como um live-action, porque ele tem uma estética jamais vista”, afirma o diretor. 

Além do aspecto técnico, outro chamariz da refilmagem é o estrelado elenco de vozes, encabeçado por Beyoncé e Donald Glover, grifes que aumentam o alcance da estreia.

“Eu acho incrível que a animação seja um dos tipos mais fortes de cinema atualmente”, diz Favreau. “Foi com a Renascença que elas passaram a ter apelo não apenas para crianças, mas para todo o público. E as histórias, as músicas e a arte envolvida nesses filmes elevaram o gênero a uma forma de arte relevante novamente.”

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