É preciso combater canudos e impedir que essa praga se alastre.
Não é só o que pensava o Exército em 1896, na guerra que dizimou a população do interior da Bahia que seguia Antônio Conselheiro, registrada no livro “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, autor homenageado nesta Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty.
É o que pensa também o vereador Benedito Crispim de Alcântara, mais conhecido em Paraty como Picó (PRB), que assinou projeto de lei em novembro último para proibir o uso de canudos plásticos na cidade, na esteira do que já fizeram cidades como São Paulo e Rio de Janeiro.
“Mesmo sendo expulso corretamente em aterros de lixo, não há maneira de impedir a ação dos ventos, que podem levá-los para qualquer local”, diz o vereador na justificativa de seu projeto de lei —discurso que, de certa forma, lembra o pensamento das Forças Armadas da época, para evitar que a ideologia monarquista ou o “fanatismo religioso” de Conselheiro se espalhasse na recém-fundada República.
Se aprovada, a lei proíbe que restaurantes, lanchonetes, barcos, bares, barracas de praia e ambulantes utilizem e forneçam canudos de plástico descartáveis a seus clientes.
A multa por descumprimento pode chegar a R$ 2.000 e até cassação do alvará de funcionamento do comércio.
O estado de São Paulo tornou a proibição lei, sancionada neste sábado (13) pelo governador João Doria (PSDB). A multa para quem descumprir a lei é de R$ 5.300, que pode ser dobrada em caso de reincidência.
A capital também já havia proibido o canudo plástico no último mês.
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