Estreante, Regis Myrupu conquistou o Leopardo de ator na 72ª edição do festival de cinema de Locarno, na Suíça.
Ele está no longa “A Febre”, de Maya Da-Rin, no qual interpreta Justino, um solitário indígena Desana de meia-idade que trabalha como vigia no porto de cargas de Manaus.
Acometido por uma forte febre, ele começa a achar que é perseguido durante a noite —durante o dia, ele batalha para se manter acordado na rotina tediosa de trabalho.
Da-Rin também concorria ao Leopardo de Ouro pela obra. O premiado foi o português Pedro Costa, com “Vitalina Varela”.
Há dois anos, o longa brasileiro "As Boas Maneiras" foi laureado no festival. A fábula de terror sobre um lobisomem urbano da dupla de diretores Juliana Rojas e Marco Dutra ganhou o prêmio do júri.
"A Febre" também foi conquistou o prêmio da crítica e o prêmio do júri jovem e Locarno.
Em entrevista ao site oficial do evento, Myrupu afirma que “jamais achou que isso poderia acontecer”. A produção marca sua estreia como ator.
Ele conta que, como Justino, ele também ficou dividido entre cidade e floresta.
A performance não impressionou somente ao júri de Locarno, mas também a Myrupu. “Não sabia que eu tinha essa habilidade. Mas, com a ajuda da diretora, consegui transmitir o que estava dentro de mim.”
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