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Belas Artes lança streaming com clássicos e cults do cinema

Com longas que não se encontram em outros canais, Petra Belas Artes a la Carte terá poucos títulos mas com curadoria

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São Paulo

Com investimento de R$ 2 milhões e patrocínio da mesma marca de cerveja que apoia o cinema do qual é dono, André Sturm vai se aventurar no digital com o lançamento do canal de vídeo sob demanda Petra Belas Artes à la Carte, nesta quinta (31).

Serão pouco mais de cem títulos no começo, e toda quinta-feira entrarão quatro novos. A aposta é oferecer filmes que não estão em nenhum outro canal de streaming e que desapareceram com o fim das locadoras de vídeo.

"Teremos três blocos principais", diz Sturm. "Os classicões, com os filmes de Federico Fellini, Bernardo Bertolucci, Ingmar Bergman etc. Aí tem os mais recentes, que acabaram de sair de cartaz e os que mais me instigam, que são os cults, que não são necessariamente de um diretor incrível, não são supercomerciais, mas são legais de ver."

Nesse último bloco ele inclui títulos como "O Casamento de Muriel", com Toni Collette, "Longe do Paraíso", com Julianne Moore e Dennis Quaid, "O Pequeno Buda", de Bertolucci, e "Possessão", com Isabelle Adjani.

Além desses, o serviço terá uma seleção de ultraclássicos, filmes mudos, como as comédias do americano Buster Keaton (1895-1966) e "Aurora", do alemão F.W. Murnau (1888-1931). "Faço questão", afirma o criador da plataforma.

O canal vai cobrar uma assinatura mensal de R$ 9,90, mas também terá a opção de pagar filme por filme, com preços começando em R$ 4,90. "Há 5.500 municípios no Brasil, mas só 500 têm cinemas. E desses, uns 350 têm um multiplex e só. É muito raro ter uma opção de cineclube ou um cinema com programação diferente", diz Sturm.

A partir de março, uma obra estreará ao mesmo tempo no cinema Petra Belas Artes, na rua da Consolação, e no streaming, com a cidade de São Paulo bloqueada para não desestimular o público local de ver na tela grande.

"Apesar disso, não acho que ninguém deixe de ir ao cinema para ver um filme na televisão. A pessoa deixa de ir porque não está com vontade de sair de casa. É que nem futebol, tem jogo no sábado o dia inteiro, mas os estádios continuam lotados", afirma Sturm.

A ideia principal é que o espectador saiba mais ou menos o que procura ao chegar a esse canal. "Ninguém vai precisar gastar 20 minutos procurando ao que assistir, como acontece hoje em dia", afirma. Será como uma extensão do Petra Belas Artes, que tem um perfil bem definido. "Se você é fã da Marvel, nem perca seu tempo", diz o dono.

O desafio agora é chegar ao público-alvo. Sturm e sua equipe usarão anúncios no cinema e nas redes sociais, mas ainda não sabem como chegar aos cinéfilos com mais de 60 anos, gente que pode não ter companhia para ir ao cinema ou que pode não gostar mais de sair de casa ou não usar redes sociais. "Estamos procurando meios de chegar a essas pessoas, ainda não tenho essa resposta."

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