Pulando e sorrindo, aos 57 anos, Jon Bon Jovi subiu ao palco Mundo, o principal do Rock in Rio, às 0h32, começo da madrugada desta segunda-feira (30), para fechar o terceiro dia do evento.
Abriu com a ótima “This House Is Not for Sale”, de seu disco de 2016. De cabelos grisalhos e mais curtos do que nos anos 1980, cantou sem gritar a música seguinte, o grande sucesso “Born to Be My Baby”, de 1988.
Apesar da contenção, o público respondeu feliz. Cantando e pulando, esse era o show que todos esperavam no domingo. Jon usa uma camisa preta, que logo encobrirá com uma jaqueta branca. Está meio frio no Rio.
“You Give Love a Bad Name” chacoalha a arena do rock. Sem Richie Sambora, seu parceiro de 30 anos, ele mantém o carisma e domina a plateia. Muitos hits ainda virão nesta noite.
Jon Bon Jovi é amado pela plateia. E há razões antigas: a garotada masculina dos anos 1980 odiava o rock de arena do Bon Jovi. Mas porque ele era bonito.
A garotada feminina dos anos 1980 podia até odiar o rock de arena do Bon Jovi. Mas o amava porque ele era bonito.
Poucos sabem que Jon Bon Jovi é um herói de New Jersey, sua cidade. Onde, desde 2011, ele mantem uma uma fundação e um restaurante, The Soul Kitchen, grátis para os pobres. Ou ricos. Basta chegar, comer e pagar, se quiser.
Na metade do show do Rock in Rio, provavelmente sem saber o que significa se enrolar com uma bandeira do Brasil no Brasil dos dias de hoje (ele é anti-Trump), Bon Jovi se enrolou com uma.
Sua voz quase sexagenária anda esquisita, às vezes parece uma imitação feita pelo Pato Donald, ou o inverso. Principalmente quando ele fala, após cantar quase uma dezena de músicas.
Para dar um refresco, o tecladista assume o vocal por uma canção. Mas no fim há uma fila de hits, todos executados com tesão pela banda e cantadas com animação pelo vocalista.
“Keep the Faith”, “Bed of Roses”, “It’s My Life”, “Lay Your Hands on Me”, “Wanted Dead or Alive” e “Bad Medicine”.
Após cinco minutos de suspense, o bis com a matadora balada “Always” e o estupendo rock “Livin’ on a Prayer”.
As versões não foram viscerais, longe disso. O que se viu foi mais uma banda de apoio ao cantor, que se esforçou a valer.
Mesmo assim, é certo dizer que foi a set list mais 'matadora' do primeiro fim de semana desse Rock in Rio 2019.
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