Descrição de chapéu Livros Flip

Flip confirma editora Fernanda Diamant como curadora da edição de 2020

O 18º evento está marcado para ocorrer entre os dias 29 de julho e 2 de agosto

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São Paulo

Seguindo a tradição dos últimos anos de manter os curadores da programação oficial por mais de uma edição, a Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, confirmou que Fernanda Diamant estará à frente do evento pelo segundo ano consecutivo.

Segundo a editora e uma das fundadoras da revista Quatro Cinco Um, a Flip de 2020 buscará manter o seu espírito de diversidade e de reflexão das questões atuais de maneira direta, mas sem repetições. 

O 18º evento está marcado para ocorrer entre os dias 29 de julho e 2 de agosto.

“O bom de não estar estreando é que você sente menos ansiedade e pode planejar coisas diferentes. Quero mostrar outro lado da minha capacidade de curadoria”, diz.

Embora o nome do autor ou da autora homenageada ainda não esteja confirmado, o que deve ocorrer ainda neste ano, a programação deve manter o espírito plural que a acompanha desde pelo menos 2017.

Na edição deste ano, que homenageou o escritor Euclides da Cunha, autores negros protagonizaram os melhores debates do auditório principal, que recebeu 8.628 pessoas, número 19% maior do que em 2018.

Fernanda Diamant, curadora da 18ª Flip
Fernanda Diamant, curadora da 18ª Flip - Mathilde Missioneiro/Folhapress

Além disso, dos 5 livros mais vendidos na livraria oficial da Flip, 4 foram de escritores negros e 1 de autor indígena —o mais comprado foi “Memórias da Plantação - Episódios de Racismo Cotidiano”, da multiartista portuguesa Grada Kilomba, publicado no Brasil pela Cobogó.

Diamant conta que a diversidade não deve ser entendida só do ponto de vista social, mas também temático e de disciplinas, com a busca de um equilíbrio entre ficção e não ficção nas mesas.

“Vamos abraçar ainda mais o conceito de Flip coletiva e trazer outras linguagens para a programação principal, como fizemos neste ano com o teatro e com o cinema, por exemplo”, diz a curadora.

E também com o slam, competição de poesia falada que ocorreu pela primeira vez de forma oficial no festival e foi motivo de euforia da plateia. 

O torneio teve curadoria e condução de Roberta Estrela D’Alva e contou com nomes internacionais que apresentaram versos com voltagem militante e bom humor.

A coletividade do festival passa ainda por um estreitamento de relações com as casas parceiras que promovem suas programações paralelas, em alguns casos com escritores participantes do evento principal. Neste ano, foram cerca de 30 casas confirmadas, contra 22 do ano passado.

Entre os destaques, esteve o barco da Flipei, que recebeu o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil. Teve também o Bar da Todavia, que abriu possibilidade de uma festa na rua, e a Casa Folha, que promoveu debates sobre questões contemporâneas. E ainda a casa do Instituto Moreira Salles e a do clube de leitura TAG.

“O diálogo com essas casas vai continuar, porque a Flip tem esse espírito”, afirma Diamant, que deve, por fim, seguir com a recuperação do espírito de festa do evento.

Nos últimos anos, o festival recebeu críticas por ter se tornado uma festa sem festa e sem os eventos fechados de editoras. A apresentação da peça “Mutação de Apoteose”, do Teatro Oficina, e iniciativas como o slam mostraram que essas atrações conseguiram superar o clássico show de abertura da Flip, que já não ocorre há algumas edições.

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