Descrição de chapéu Artes Cênicas

Homens de cabeça raspada e com o corpo coberto por pó branco se apresentam em SP

São os 'sankais', bailarinos da companhia japonesa de butô Sankai Juku, que se apresenta no Teatro Alfa

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São Paulo

Homens de cabeça raspada, com o corpo coberto por pó branco e saias longas, dançam sobre a areia, desenhando com os pés um mandala coreográfico no palco.

Esses monges fantasmas são os “sankais”, bailarinos da companhia japonesa de butô Sankai Juku, criada em 1975 por Ushio Amagatsu, que se apresenta no Teatro Alfa nos dias 28 e 29 de setembro. 

Seguindo a viagem pela dança asiática, os passos deixados na areia branca se transformam em “Vestígios de Areia Preta”, estreia mundial da Cia. de Dança Nacional da Coreia, no Eté - Festival Corpo, do Theatro Municipal de São Paulo, nos dias 4 e 5 de outubro.

O espetáculo da Sankai Juku, “Arc - Chemin du Jour”, estreou em abril, na França. Pela primeira vez, o fundador do grupo, Ushio Amagatsu, não sobe ao palco com seus bailarinos.

“É um pouco triste não dançar, mas é gratificante ver como os bailarinos contribuíram com os temas que propus nos ensaios”, diz o septuagenário. 

Seus temas são o tempo e o espaço entre passado e futuro. Tudo muito lento, como é a característica do butô, surgido no pós-Segunda Guerra.

“É uma jornada, não no sentido de se mover de um lugar a outro, mas de percepção e aceitação da passagem do tempo.” 

Com movimentos delicados, cenografia e iluminação hipnóticas, ele cria um espetáculo-meditação capaz de seduzir o espectador acelerado do Ocidente contemporâneo. 

Hoje, o Sankai Juku tem plateia cativa, mas nem sempre foi assim. Na primeira vinda da companhia ao Brasil, no final dos anos 1980, o butô ainda era desconhecido do grande público brasileiro e filas inteiras da plateia saíram antes do término do espetáculo. 

Já a companhia de dança da Coreia ainda é pouco conhecida no Brasil, mas trabalha com as linguagens reconhecíveis da dança contemporânea e do balé clássico, misturadas a elementos da cultura coreana.

Em “Vestígios de Areia Preta”, o diretor artístico Sungsoo Ahn explora as possibilidades de beleza inata dos movimentos com a melodia de instrumentos tradicionais.
 

Arc - Chemin du Jour

Vestígios de Areia Preta

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