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Nova série da Amazon se inspira em viagens psicodélicas e surto psicótico

Delírio e espiritualidade guiam 'Undone', que mistura atores reais e animação

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Los Angeles

No novo seriado “Undone”, que estreia nesta sexta (13) na Amazon Prime, a rotina tediosa da jovem rebelde protagonista é interrompida por um acidente de carro que quase custa sua vida. No hospital, começam os delírios —ou seriam poderes mágicos? Ela consegue conversar com seu pai morto e precisa ajudá-lo a desvendar o mistério de sua morte.

A série é uma viagem em vários aspectos. Para entrar no clima, ajuda muito o fato de ser uma animação em rotoscopia, a mesma técnica usada no filme “Waking Life” (2001), de Richard Linklater. Atores de verdade gravam as cenas, que depois são retrabalhadas num estúdio de animação. 

“Não tínhamos figurinos, maquiagem ou sets. Havia apenas umas fitas adesivas no chão dizendo o que era cada espaço, o que era parede e mesa”, disse a atriz principal, Rosa Salazar, num evento de lançamento da série “Undone” em Los Angeles.

O processo todo levou um ano e meio. Enquanto filmavam os episódios num cubo branco em Los Angeles, as imagens ganhavam o tratamento de rotoscopia num estúdio em Austin, no Texas. Já em Amsterdã, o diretor Hisko Hulsing e sua equipe de artistas criavam pinturas a óleo e outros desenhos para os cenários da história.

“Como jogamos com conceitos diferentes de realidade, queríamos que todos fossem sentidos como uma peça só, como algo natural, real e sem costuras”, disse a produtora executiva Kate Purdy, explicando a opção pela animação.

Purdy criou e escreveu “Undone” com Raphael Bob-Waksberg, conhecido por criar a animação “BoJack Horseman”, da Netflix, na qual Purdy trabalha como roteirista e produtora.

Ela disse que a ideia de “Undone” veio de um episódio que escreveu para a primeira temporada de “BoJack”, no qual o protagonista, um cavalo-ator decadente, entra numa viagem de drogas e experimenta uma realidade alternativa de como seria sua vida se não tivesse feito escolhas tão egoístas.

Outra inspiração foi a vida pessoal dela e o histórico de saúde na família. Sua avó tinha esquizofrenia e ela própria sofreu um surto. Além de terapia, foi em busca de soluções na medicina chinesa, na ayurveda e em culturas indígenas.

“Nessas outras culturas, pessoas que escutam vozes ou têm visões são xamãs ou videntes”, disse Purdy. “Existe uma noção de um universo maior em jogo no qual podemos acessar nossos antepassados ou guias para nos ajudar em nossa jornada.”

A personagem principal é Alma Winograd-Diaz, cuja mãe é mexicano-americana e o pai, um judeu americano. Enquanto tenta se recuperar, ela lida com a mãe controladora. Ao mesmo tempo, seu pai morto (Bob Odenkirk, de “Better Call Saul”) surge para pedir ajuda e auxiliá-la a habitar essa realidade paralela.

Com os novos poderes, Alma começa a explorar seus antepassados indígenas e sua cultura mexicana.

Para a atriz, é um alívio investigar a latinidade longe dos estereótipos. 

“Ela é mestiça e quer saber o que isso significa espiritualmente. E fazemos isso sem gritar ‘burritos!’ o tempo todo.”

Undone

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