No dia 12 de setembro, Phoebe Waller-Bridge fez uma apresentação em Londres de seu stand-up de 2013 "Fleabag", que deu origem à série de mesmo nome.
O evento teve transmissão ao vivo em Londres e em Nova York. A empresa National Theatre Live, responsável pela iniciativa, vai continuar exibindo o stand-up em cinemas pelo mundo. No Brasil ainda não há previsão de cartaz.
"Fleabag", a série, teve duas temporadas e ganhou seis prêmios Emmy, incluindo melhor direção, melhor roteiro, melhor atriz e melhor série. Os três últimos foram para Phoebe Waller-Bridge, a pessoa mais laureada da 71ª edição do evento.
Apesar de ter ofuscado o brilho de "Game of Thrones", o grande premiado da noite, "Fleabag" acabou, não vai ter uma próxima temporada. Waller-Bridge assinou um contrato milionário com a Amazon Prime para continuar produzindo conteúdo para o canal de streaming, mas não mais com "Fleabag".
A série começou como um stand-up que fez sucesso no festival de Edimburgo. Lá, chamou a atenção de executivos da BBC, que fizeram uma proposta para a criadora de fazer uma adaptação para a TV. Em 2016, estreou a primeira temporada na BBC, depois distribuída mundialmente pela Amazon. E neste ano a segunda temporada foi ao ar.
Waller-Bridge contou em entrevista para o jornal Los Angeles Time que o stand-up nasceu como uma esquete de dez minutos escrita para ajudar uma amiga que estava produzindo um show de comédia e precisava de um pouco mais de material.
"Ela me disse que era só contar uma história engraçada e que eu poderia estar sentada", disse a criadora, contando como perdeu o medo de fazer stand-ups. Mas a esquete fez tanto sucesso que ela decidiu incrementar o material e fazer um show de pouco mais de uma hora, este que agora é exibido em cinemas.
Phoebe realmente passa quase o tempo todo sentada em um banquinho na peça. E contracena com vozes gravadas que aparecem como outras personagens. Ela entra em cena para uma entrevista com um gerente de banco, para quem vai pedir um empréstimo para salvar o café que abriu com a melhor amiga, Boo, que morreu há pouco tempo.
As tramas centrais da primeira temporada da série aparecem na apresentação. Sua família está lá, com o pai namorando sua madrinha depois da morte da mãe, assim como sua irmã executiva e bem vestida casada com um alcoólatra desagradável. O namorado bonzinho e sensível com quem ela termina e volta também aparece, assim como alguns outros homens com quem ela transa pelo caminho.
Uma mudança engraçada é a história do paquera dentuço da série. No stand-up ele é um homem com uma boca muito pequena e fala truncada, que ela encena apertando sua boca grande e cheia de dentes. É um dos melhores momentos para quem já viu a série. Não só porque é diferente, mas porque revela um lado dela como atriz que a TV não mostra.
Phoebe Waller-Bridge é uma ótima comediante. Segurar um show sem nenhuma outra pessoa em cena, só com texto e sua própria atuação, é uma prova de fogo. Se o roteiro for fraco ou o talento como atriz não for suficiente, a apresentação corre o risco de ou entediar a plateia ou virar uma coisa histérica, com piadas que não vão a lugar nenhum.
Não é o caso aqui. Tudo funciona bem, como acontece nas duas temporadas da série que o stand-up originou. E, mesmo com o grande plot twist já revelado pela TV, o jeito como a peça vai dar conta dessa parte da história mantem os fãs no suspense no meio de tantas piadas boas e situações inesperadas.
E, para quem ainda não viu a série, é uma ótima maneira de entrar no universo de uma das melhores personagens criadas nos últimos anos.
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