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Cinema

'A Turma do Pererê', de Ziraldo, tem trajetória narrada em longa

Filme sobre personagens inspirados no folclore poderia fazer parte do currículo de escolas de design

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A Turma do Pererê.doc

  • Classificação 10 anos
  • Produção Brasil, 2019
  • Direção Ricardo Favilla

Ziraldo, 86, merece vários documentários sobre sua obra. Afinal, classificá-lo só é possível com uma lista enorme de atribuições: caricaturista, cartunista, chargista, cronista, desenhista, dramaturgo, escritor, humorista, jornalista e pintor. E fez história nas histórias em quadrinhos do Brasil.

No início dos anos 1960, ele foi pioneiro ao lançar a primeira revista em quadrinhos no país totalmente colorida e desenhada por um único autor. "Pererê" surgiu em outubro de 1960, passando a se chamar "A Turma do Pererê" na década de 1970. E a trajetória desse gibi revolucionário ganha uma versão nos cinemas.

"A Turma do Pererê.doc", dirigido por Ricardo Favilla, poderia fazer parte do currículo de escolas de design. Porque, embora tenha seu foco nessa HQ que adaptava personagens do folclore brasileiro, mostra muitos outros trabalhos de Ziraldo, e há sinais de genialidade aqui e ali.

Ele praticamente antecipou a pop art que tomou o mundo nos anos 1960. Seu traço personalíssimo e suas soluções visuais de narrativa impressionam até hoje. E poucos artistas conseguiram uma identidade gráfica tão intensa quanto ele.

Mauricio de Sousa também alcançou esse feito, e não é por acaso que ele é um dos entrevistas no documentário sobre o Pererê. Entre muitas figuras relevantes do quadrinho nacional que dão depoimentos sobre Ziraldo estão Laerte e Jaguar.

Fica claro com os registros na tela que criar um gibi regular com personagens tão brasileiros foi um feito inesperado e desafiador para um mercado dominado por super-heróis e bichos antropomórficos da Disney.

Muitos públicos diferentes podem gostar de "A Turma do Perere.doc". Sem dúvida, os leitores maduros que acompanharam o saci Pererê e seus amigos nos gibis que foram às bancas em 43 edições, publicadas entre 1960 e 1964, e mais dez edições em 1975 e 1976, quando o gibi não repetiu o sucesso da década anterior.

Quem quiser entender melhor a evolução da publicação de HQ no Brasil vai ganhar muitas informações sobre essa trajetória. E, também, o documentário insere animações espertas com o traço de Ziraldo, o que já é diversão suficiente para valer o ingresso.

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