Da fluidez sonora à parceria com Arnaldo Antunes, veja os discos de Walter Franco

O "disco da mosca na capa" é psicodélico, percussivo; já no de 1982, as canções são pouco inspiradas

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São Paulo

Walter Franco morreu na madrugada desta quinta (24) em São Paulo, aos 74 anos, de consequências de um AVC sofrido no começo do mês. A família publicou a notícia em seu perfil nas redes sociais.

Nos últimos anos, o cantor passou por cirurgias cardíacas, mas que não o impediram de seguir com a carreira. Fazia poucos shows, sempre lotados de fãs de várias gerações, e preparava um novo disco, que seria o sétimo da carreira e o primeiro em 18 anos. Leia sobre os discos do artista.​

"OU NÃO" (1973)
Walter Silva seria o produtor, mas admitiu não entender as ideias de Walter Franco, chamando Rogério Duprat. O "disco da mosca na capa" é psicodélico, percussivo, com arranjos que parecem deixar soltas as ideias do compositor. Como na famosa "Cabeça", o álbum todo tem uma fluidez sonora que seduz e incomoda.

"REVOLVER" (1975)
Relançado em LP há quatro anos, é a obra de Walter Franco mais equilibrada entre vanguarda sonora e um formato de canção mais convencional. Vai do riff pesado de guitarra a poesia concreta, violão e flauta. O disco chegou às mãos de John Lennon, e o ex-Beatle gostou do que ouviu.

"RESPIRE FUNDO" (1978)
Na capa, a foto mais "solar" do compositor já entrega um pouco a ideia de que o álbum mostraria um Walter Franco tentando lapidar sua inquietude sonora em músicas mais palatáveis. Os bons resultados do disco acabam obscurecidos pelo imenso sucesso de "Coração Tranquilo", o mantra que hipnotizava os fãs nos shows.

"VELA ABERTA" (1979)
O melhor momento comercial de Walter Franco. Mesmo o peso gutural de "Canalha" ganhou o público, como a faixa que dá título ao disco, uma balada cadenciada. Duas regravações importantes, "Me Deixe Mudo" e "Feito Gente", são exemplos da dedicação do compositor a retrabalhar constantemente algumas músicas através dos anos.

"WALTER FRANCO" (1982)
Na capa, o cabelo curto e o ar comportado do cantor acabaram servindo de rótulo adequado ao trabalho mais fraco de Walter Franco. As canções são pouco inspiradas, nenhuma emplacou entre os fãs, e as referências à busca de autoconhecimento de discos anteriores se enfraquecem, chegando próximas a uma música de autoajuda.

"TUTANO" (2001)
Depois de quase 20 anos, o álbum mostra um Walter Franco afiado, com um repertório que se encaixaria sem pudores nos grandes discos dos anos 1970. Tem ótimos momentos com "Nasça" (com Arnaldo Antunes) e "Quem Puxa aos Seus Não Degenera". Nas habituais recriações, novas versões de "Cabeça" e "Muito Tudo".

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