Descrição de chapéu Rock in Rio

Emicida homenageia Marielle Franco e Ágatha em show no Rock in Rio

Em apresentação conjunta com duo Ibeyi, rapper também pediu liberdade para Rennan da Penha

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Rio de Janeiro

“Neguinho é o caralho, meu nome é Emicida, porra!”. Foi com versos de “Bang” que o rapper paulistano abriu seu show no palco Sunset, do Rock in Rio, nesta quinta-feira (3). 

Desde que ganhou força na cena musical brasileira com o single “Triunfo”, de 2008, o artista da zona norte de São Paulo traz letras que escancaram problemas sociais e temas como racismo e homofobia. 

Emicida no palco do Rock in Rio
Emicida no palco do Rock in Rio - Eduardo Anizelli/Folhapress

Presentes no repertório do festival, claro, essas letras deram força a manifestações de protesto em que Emicida destacou no telão, por exemplo, o caso Ágatha, números da violência no Brasil, Marielle Franco, além de um pedido de liberdade para o DJ Rennan da Penha.

Emicida vê o funkeiro como um prisioneiro político. “É um ataque direto à cultura da periferia, por isso não podemos abandonar esse maluco na situação que ele está”, diz em entrevista à Folha. “Não existe uma manifestação da música preta que não tenha sido algo da perseguição do Estado, usando a polícia como braço para fazer isso.”

O duo franco-cubano Ibeyi, formado pelas irmãs Lisa-Kaindé Díaz e Naomi Díaz, esteve no palco ao lado de Emicida durante praticamente todo o show e ajudou a embalar a plateia. 

Juntos cantaram músicas que gravaram em estúdio como “Hacia el Amor” e “Libre”. Em músicas como “Hoje Cedo” as irmãs fizeram a vez de Pitty, voz original na canção.

Com Majur de surpresa, Emicida ainda entoou “AmarElo”, que na gravação original conta também com a voz de Pabllo Vittar. Ao iniciar o sample com “Sujeito de Sorte” (1976), de Belchior, o público já se empolgou quase que instantaneamente.

Aos pedidos de mãos para o alto e “canta mais alto” feitos pelo rapper, os espectadores reagiam prontamente. Hits como “Levanta e Anda” e “A Chapa É Quente” figuraram no repertório.

Foi a terceira participação de Emicida no festival carioca, mas a primeira como atração principal. Em 2011, ele subiu ao palco para participação em show com Martinho da Vila e Cidade Negra. Na última edição, em 2017, foi convidado pelo cantor californiano de R&B Miguel.

O rapper afirma que para ele não há diferença. “Quando me convidam venho de coração aberto.”

“Agora foi aparentemente foi show do Emicida convidando o Ibeyi, mas não foi assim que a gente trabalhou”, diz o MC. “Não impusemos nada, elas quiseram aprender português, sugeriram a [homenagem] para a Ágatha, Marielle”, conta.

O lançamento do próximo álbum de estúdio do rapper ainda não tem data divulgada, mas vai ocorrer neste ano. Assim como o single lançado em junho, vai se chamar “AmarElo”, em uma discografia que já tem “O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui” (2013) e “Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa” (2015).

Após Emicida, é a vez um pot-pourri de hip-hop: Nova Orquestra, Rael, Agir, Baco Exu do Blues e Rincon Sapiência encerrarão o palco Sunset nesta noite.

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