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Cinema

'Filme Sundance' agrada, mas dentro de alguns meses estará esquecido

Jillian Bell, que faz a protagonista de 'A Maratona de Brittany', fez carreira no 'Saturday Night Live' e é a melhor coisa do longa

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A MARATONA DE BRITTANY

  • Quando Estreia na quinta (24)
  • Elenco Jillian Bell, Michaela Watkins, Micah Stock
  • Produção EUA, 2019
  • Direção Paul Downs Colaizzo

"A Maratona de Brittany" agradou a todo mundo e saiu premiado no último festival de Sundance, a grande festa do cinema independente nos Estados Unidos. É mesmo um exemplar do típico "filme de Sundance": produção modesta, tema urbano contemporâneo, roteiro esperto destinado a um público entre 20 e 40 anos.

E, como tantos "filmes de Sundance", deixa a plateia satisfeita e dentro de alguns meses estará devidamente esquecido. Porque não é inteligente para criar algo novo, é só muito esperto para disfarçar um monte de clichês.

Jillian Bell fez carreira na TV. Com quase 120 aparições em episódios de séries, a atriz também foi roteirista do humorístico "Saturday Night Live". Ela é a melhor coisa em "A Maratona de Brittany", porque se sai bem defendendo um personagem que não é exatamente simpático.

Longe disso. Brittany está chegando aos 30 anos frustrada na carreira profissional, sem dinheiro, sem vida amorosa, acima do peso e vivendo uma amizade tóxica com a companheira de apartamento, que a leva para roubadas na noite nova-iorquina.

Uma série de acontecimentos, na verdade umas soluções de roteiro meio capengas e forçadas, levam Brittany a começar a correr para reverter seu quadro de obesidade mórbida. E ela acaba fazendo amizade com uma vizinha que sempre considerou uma chata e também com um gay que deseja virar corredor para impressionar o filho que tem com seu companheiro. Ele teme que o garoto o considere pouco atlético.

Esse trio improvável acaba formando uma equipe de treino bem determinada, a ponto de Brittany emagrecer um pouco e melhorar sua autoestima. Para turbinar também a enfraquecida conta no banco, vai trabalhar como cuidadora do cachorro de um casal ricaço que passas semanas e semanas fora de Nova York.

No luxuoso apartamento de seus empregadores, ela conhece Jern, contratado para passar todas as noites no local, também para cuidar do cachorro. Dois desgarrados sem dinheiro, eles praticamente passam a morar ali, e um possível romance é rascunhado, mas os dois demoram a engatar alguma coisa.

Enquanto Brittany vai treinando para a Maratona de Nova York, perdendo quilos e ganhando confiança, fica evidente que a personagem não dá chances para os amigos se aproximarem. Ela não gosta de si mesma, e afugenta quem tenta gostar.

Então os treinos seguem e as inseguranças nunca são totalmente superadas, e a parte final do enredo ainda vai reservar muitos problemas para Brittany.

O longa de estreia do diretor e roteirista Paul Downs Colaizzo tinha chance de ir além do caminho tortuoso e suado de Brittany rumo à felicidade. Embora tenha valor por não ceder a um romantismo barato, também não sabe muito bem o que fazer para finalizar sua história. Com anticlímax, deixa "A Maratona de Brittany" apenas um filme bonzinho, simpático, apesar de sua protagonista nada simpática.

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