Estrela dos anos 1990, cantora Deborah Blando quer ensinar meditação

A artista deixou Florianópolis para se dedicar aos estudos do budismo num centro da tradição kadampa no Reino Unido

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São Paulo

A voz de 21 temas de novelas, de “Vamp” a “Chocolate com Pimenta”, agora reverbera nos bosques de Ulverston, no norte da Inglaterra, quando a cantora Deborah Blando precisa dar uma prensa em seus vira-latas, que vez ou outra perseguem os esquilos da região. 

Faz quase dois meses que, junto dos dois cachorros e do namorado, a artista de 50 anos deixou Florianópolis para se dedicar aos estudos do budismo num centro da tradição kadampa no Reino Unido. 

Adepta da prática há duas décadas, foi aceita num programa internacional de formação de professores de meditação. Enquanto as aulas nem tinham começado, ela acabou de lançar o single “We Fly”, canção dançante que fala —em inglês— de conquistar uma nova chance na vida.

“É sobre um amadurecimento espiritual, de deixar para trás a parte infantil, de focar muito o eu. Buda fala que aquele que deseja sua própria felicidade é infantil. Para ser uma pessoa madura, a gente pensa no outro”, afirma. 

A fama chegou cedo e cobrou caro da cantora, que passou por depressão, síndrome do pânico e abuso de álcool depois do estouro. “Uma hora a questão do ego vai atrapalhar todo mundo que é celebridade. É uma pena, porque quanto mais o ego é importante, mais a gente sofre.”

Nascida na Sicília, começou a cantar aos dois anos num concurso de talentos na Itália, pouco antes de se mudar para o Brasil, terra da mãe. 

Na adolescência, foi descoberta por Oswaldo Montenegro em Santa Catarina. Na casa dos 20 anos, já cantava em inglês e compartilhava o mesmo empresário de Cindy Lauper. Em 1991, uma de suas versões, “Boy (Why You Wanna Make Me Blue)”, emplacou no comercial internacional da Diet Coke. 

Grande parte de suas músicas mais bem-sucedidas, aliás, são versões. “Somente o Sol”, por exemplo, é “I’m Not in Love”, do grupo 10cc, e serviu de abertura da novela “Corpo Dourado”, em 1998. Do rock brasileiro, gravou “Décadence avec Élegance”, de Lobão, e “A Maçã”, de Raul Seixas.

Nesta nova temporada, pretende dar aulas de meditação em algum país europeu ou, “quem sabe um dia”, no Brasil. “Não tenho planos de voltar tão cedo para morar. Mas posso ir visitar a família, fazer um show.” Em turnê recente, ela servia alguns dos hits que puxaram as vendas de mais de 6 milhões de álbuns, como “Unicamente”, tema da novela ”A Indomada”, e “Innocence”, de “Perigosas Peruas”. 

Triste com o cenário musical brasileiro atual, ela afirma que, salvo exceções, “o que faz sucesso são letras grotescas e hiperssexualizadas”. “A poesia, a musicalidade e a harmonia foram perdidas”, afirma.

Erramos: o texto foi alterado

A canção "Innocence" foi trilha da novela "Perigosas Peruas", e não de "Vamp". O texto foi corrigido.

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