Presidente entre 1922 e 1926, o mineiro Arthur Bernardes despachou milhares de soldados para combater os levantes tenentistas que se alastravam pelo Brasil.
O tenentismo foi um movimento de jovens oficiais insatisfeitos com a situação política e econômica do país, dominado pelas oligarquias paulista e mineira.
Ao enfrentar com extremo rigor insurreições em São Paulo e no Rio Grande do Sul, ironicamente o
governo Bernardes deu brecha para que surgisse um novo grupo de rebeldes no país, a Coluna Prestes.
Bernardes é o tema do décimo volume da Coleção Folha - A República Brasileira. Escrito pelo historiador Pietro Sant’Anna, o livro chega às bancas neste domingo, dia 17 de novembro.
As tropas de Bernardes reprimiram os homens que participaram da Revolução de 1924, em São Paulo. Liderados pelo general Isidoro Dias e pelo major Miguel Costa, os sobreviventes se uniram e rumaram para o oeste do país. Fixaram-se em Foz do Iguaçu, no Paraná.
Rebeldes do Rio Grande do Sul também conseguiram escapar do bloqueio do Exército. Sob o comando
do capitão Luís Carlos Prestes, deixaram o estado e se juntaram aos paulistas no Paraná. Com cerca de 1.500 homens, formaram a Coluna Miguel Costa-Prestes, mais conhecida como Coluna Prestes.
Percorreram 25 mil quilômetros ao longo de dois anos e cinco meses, cortando 13 estados. O objetivo era conquistar apoio no interior do país para as causas revolucionárias.
Não houve, na verdade, uma grande mobilização popular contra o governo, como queriam os rebeldes. Mas a coluna se firmou como marco da resistência no imaginário brasileiro.
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