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Show de Roberto Carlos em Jerusalém nem precisava de 3D para valer o ingresso

Especial de TV do cantor ganha versão cinematográfica, exibida em 50 cidades brasileiras a partir de segunda (2)

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Roberto Carlos em Jerusalém 3D

Parece até que o tradicional especial de fim de ano de Roberto Carlos chega alguns dias mais cedo. Ou oito anos atrasado, dependendo do ponto de vista. De qualquer forma, esta segunda-feira (2) é dia de fãs prestarem reverência ao ídolo.

Em 50 cidades brasileiras, às 21h30, 144 sessões de cinema vão exibir “Roberto Carlos em Jerusalém 3D”, nova versão do especial de TV do cantor que foi ao ar na Globo em 2011. O público cativo pode ir tranquilo. Há inovação tecnológica, mas o repertório e o carisma de Roberto seguem inabaláveis.

O rei em pessoa vai comparecer à sessão marcada para o cinema Odeon, no Rio, e todos os presentes nas outras salas poderão ver a participação do ídolo. Depois, a partir de quinta (5), até o domingo (8), 189 salas voltam a ter sessões da gravação desse show na Terra Santa.

Antes do início da exibição das imagens de 2011, haverá a projeção de um documentário inédito de 17 minutos, sem o efeito 3D. Empresários e membros da equipe técnica relembram a atmosfera da produção, com algumas poucas cenas de Roberto em locações por Jerusalém.

Nas últimas décadas, o cunho religioso foi ocupando cada vez mais espaço no repertório do cantor. Então, ao fazer show numa cidade que concentra relevância para várias religiões, é lógico que o evento se transforma numa jornada de fé.

Numa análise musical, o especial tem um valor equivalente a todas as performances de Roberto nos últimos 20 ou 30 anos. Há uma combinação de clássicos emocionantes, quase sempre canções antigas, e músicas mais novas, sem a mesma construção pop impecável.

Roberto surge de branco, repetindo gracejos e gotas filosóficas, e ainda consegue emocionar quando recorre aos maiores sucessos. O clima é de nostalgia, mas o público quer exatamente isso.

E é com sua safra dos anos 1970 que Roberto consolida seu fascínio. “Detalhes”, “Outra Vez”, “Como Vai Você”, “Proposta”, “Olha” e outros tesouros do rei vão despertando memórias afetivas em espectadores de qualquer idade.

Dois bons exemplos dessa sedução ressurgem de 1974: o hino otimista “Eu Quero Apenas”, aquele do “quero ter um milhão de amigos”, e a balada impecável “O Portão”, ainda capaz de emocionar.
Se as canções de caráter religioso podem abdicar de uma melhor qualidade, sem que os fãs diminuam o entusiasmo, é com a poderosa “Jesus Cristo” que boa música e votos de fé se misturam com força.

A canção, do álbum de 1970, encerra uma noite marcante, que nem precisava do tratamento 3D para valer um ingresso no cinema. Essa tecnologia se presta mais a espetáculos lisérgicos como “Vingadores” ou “Star Wars”. Para um show de Roberto, a mágica não está nas imagens, mas sim na conexão entre o rei e seus súditos.

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