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CCXP virou shopping com estande de cross-fit e nerds andando cheios de sacolas

Superadas as condições adversas, edição entregou boas atrações, como os atores de 'Star Wars: A Ascensão Skywalker'

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São Paulo
Com 280 mil ingressos vendidos para quatro dias de evento, a edição 2019 da CCXP, que terminou neste domingo (8), em São Paulo, atingiu a meta de ser a maior feira nerd do planeta. Superou os 200 mil ingressos vendidos neste ano em Nova York e os 130 mil vendidos na convenção de San Diego, Califórnia, a mais tradicional do gênero.
 
Mas essa proposta tem embutido um fator preocupante. Na ânsia pelo recorde, há uma descaracterização do evento. Para muitos, já foi sentido um incômodo nesta edição, e isso pode aumentar em 2020. A feira virou um vale-tudo.
 
Por enquanto, não é nada que possa comprometer. Quase todos os visitantes devem ter saído felizes do pavilhão. Em que outro lugar encontrariam tanta novidade sobre filmes, séries de TV, gibis, games e bonequinhos de seus super-heróis? Ou teriam contato com atores de Hollywood?
 
A questão é que a CCXP não apenas cresceu. De certo modo, “inchou”. Houve uma proliferação de estandes, dos pequenos aos gigantescos. Em alguns casos, de expositores sem ligação clara e natural com o mundo de super-heróis.
 
Redes de lojas de roupas, como Riachuelo e Hering, marcam presença com estandes maiores a cada ano, mesmo que no dia a dia não tenham muito a oferecer de geek a não ser provavelmente uma arara com camisetas de heróis.
 
Talvez o estande mais inadequado entre todos seja um dedicado ao cross-fit. É inimaginável um garoto interromper sua maratona de episódios de “Stranger Things” 
para dar um pulo na academia levantar pneus grandões.
 

Mesmo expositores que têm as condições para figurar com destaque  estão errando a mão no conteúdo. A Globoplay, que transmite e produz séries, trouxe Mateus Solano, Giovanna Antonelli e Fábio Assunção para falar sobre novelas. Giovanna conversou sobre “O Clone” (2001), exibida quando boa parte da plateia presente nem tinha nascido.
 

Há um espectro ruim, que é o caráter “shopping center”. As comic cons mais badaladas não têm esse caráter de venda enlouquecida de produtos. No lugar de oferecer mais experiências para os visitantes, o que se vê é uma loja atrás da outra.
 

Os garotos caminham pelo São Paulo Expo como clientes na Black Friday do Magazine Luiza. Sem querer parecer um purista da proposta das comic cons, não cai bem. O garoto ficar indo de loja em loja procurando o preço menor dos bonequinhos Funko não é exatamente o passatempo mais lúdico e divertido.
 

Superadas essas condições, a CCXP entrega atrações irresistíveis. Sua grandiosidade está mais do que reconhecida com a presença de um time de primeira na produção hollywoodiana de filmes de heróis.
Estavam três atores principais de “Star Wars: A Ascensão Skywalker”, a conclusão da saga. Com eles, o diretor e produtor J.J. Abrams, o verdadeiro rei dos geeks. e maior nome que já pisou numa CCXP.
 

Também vieram a maravilhosa Gal Gadot, que veio falar do segundo filme da Mulher Maravilha, e Ryan Reynolds, que apresentou “Free Guy”.
 

Tem muita coisa legal. Mas o evento poderia cortar a presença “alienígena” de alguns estandes e reduzir o volume das caixas registradoras.

 
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