Descrição de chapéu
Cinema

Com roteiro mal-costurado, 'Playmobil O Filme' não transcende a propaganda

Longa consegue distrair as crianças por algum tempo, mas tem duração excessiva

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Playmobil – O Filme (Playmobil: The Movie)

  • Classificação Livre
  • Produção EUA/França, 2019
  • Direção Lino di Salvo
  • Duração 100min

Há um novo e rico filão na animação: os comerciais de brinquedos em longa-metragem. A seara foi aberta em 2014 por “Uma Aventura Lego”, que foi bem nas bilheterias e agradou à crítica. Outros nomes populares entre as crianças logo seguiram o exemplo, como Trolls, Angry Birds e Ugly Dolls.

Agora é a vez da Playmobil, a linha de bonequinhos criada pelo alemão Hans Beck em 1974. Pela variedade de personagens e cenários que a marca permite, era de se esperar uma boa história. Infelizmente, “Playmobil – O Filme” não chega a tanto.

A trama deslancha no mundo real, com atores de carne e osso. A adolescente Marla (Anya Taylor-Joy, de “Fragmentado”) sonha em tirar um ano sabático e viajar pelo mundo com uma mochila nas costas, mas seus planos não irão muito longe.

No mesmo dia em que chega seu passaporte, a garota recebe uma notícia terrível (e que pode incomodar aos espectadores menorzinhos): seus pais morreram em um acidente, e ela terá que cuidar sozinha do irmão mais novo, Charlie (Gabriel Bateman).

Quatro anos depois, Marla é uma jovem adulta à beira do stress. O irrequieto Charlie acusa a irmã de também estar morta, e foge de casa em busca de diversão. Marla corre atrás dele e descobre que o moleque entrou em uma exposição ainda não aberta ao público. Lá dentro, uma gigantesca maquete com diversos ambientes em miniatura é “povoada” por todo tipo de criatura Playmobil.

Marla reencontra Charlie, mas não há tempo para confraternizar. Um raio misterioso transforma os irmãos em bonecos e os transporta para o mundo da maquete, sem maiores explicações. Daí em diante, o filme se torna uma animação 3D, feita em computador.

O menino agora é um viking, justamente seu brinquedo favorito. Marla teve menos sorte: seu avatar de plástico tem os cabelos presos em cima da cabeça, o que lhe dá uma aparência 30 anos mais velha.

Charlie é capturado pelo imperador Maximus, que quer transformá-lo em um gladiador. Separada do irmão, Marla passará por inúmeras peripécias para salvá-lo.

É aí que a coisa desanda. O filme se torna uma série de episódios frouxos, cuja única função é demonstrar a variedade de situações que os bonecos Playmobil podem encarar. Ou nem isso: um dos cenários visitados é uma boate futurista, comandada por uma lesma malvada.

“Playmobil – O Filme” tem as cores e ruídos necessários para distrair a criançada por algum tempo. Mas seus cem minutos de duração são excessivos, e não há aquelas piadinhas espertas que só os pais conseguem entender. Talvez funcione como propaganda.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.