Por volta das 19h, as cem instrumentistas do Bloco Pagu deram espaço aos Orixás de pernas de pau do Ilú Obá de Min, bloco que celebra a cultura afro, durante o chamado cortejo modernista que deu início ao pré-carnaval no Centro de São Paulo na noite deste sábado, 25 de janeiro.
No trio elétrico, Zezé Motta contou a história da igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, onde havia um cemitério de negros e um batuque noturno que logo foi proibido pelas autoridades.
Em seguida, entoou o samba "Minha Missão", de João Nogueira e Paulo César Pinheiro, eternizado na voz de Clara Nunes. A interpretação levou os foliões às lágrimas.
"Canto para amenizar a noite/ Canto pra denunciar o açoite/ Canto também contra a tirania", diziam os versos.
Entusiasmado pela luta
Vestindo terno e chapéu brancos no figurino de Mário de Andrade, Pascoal da Conceição trazia nas mãos um buquê de margaridas. "São para a Anita Malfatti, mas também para a Pagu e, claro, para a Zezé Motta", disse, emocionado, após a apresentação da cantora.
Curtindo o desfile do Ilú Obá de Min, o ator afirmou que a performance foi um ensaio para viver o escritor de "Macunaíma" em 2022, nas comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna.
"Acredito que a Semana de Arte Moderna de 1922 foi o momento mais importante para a cultura de São Paulo, para a cultura do Brasil e do mundo", disse o ator. "Num momento em que a cultura se faz tão necessária como o pão nosso de cada dia, eu me sinto dentro da luta, me sinto entusiasmado pela luta", encerrou o ator, entregando as margaridas a Zezé Motta.
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