Donavon Frankenreiter leva guitarras e toca-discos aos palcos de SP e do Rio

Expoente da surf music faz shows com pegada vintage no Brasil

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São Paulo

O cantor californiano Donavon Frankenreiter, ex-surfista profissional, chega aos 47 anos com quase metade da vida ligada ao Brasil. Há mais de 20 anos frequentando praias e palcos no país, ele se apresenta em São Paulo e no Rio de Janeiro em shows pouco comuns.

Ele traz agora a turnê "The Record Player", na qual um toca-discos desempenha papel fundamental. “Eu e Matt Grundy, meu parceiro, tocamos as guitarras no show, enquanto um toca-discos, dos antigos, vintage, vai rodar LPs com as partes de baixo e bateria das músicas, gravadas por nós. Somos malucos por vinil, por equipamentos antigos, e esse show é quase uma homenagem a isso.”

Frankenreiter acha que o público brasileiro vai receber bem a experiência. “A cultura musical do Brasil é diferente da que você encontra em qualquer outro lugar. Encontro muitas pessoas com o mesmo estilo de vida que eu tenho. E sempre abertas à música.”

O repertório do show deve ter alguns hits, como “Free” e “It Don’t Matter”, e canções novas, como “Is It You”, “Could Be One of Those Days”, “Them Blues” e “Listen to the Ocean”, que gravou com a brasileira Céu. 

Frankenreiter surfou na onda de músicas de luau que tomou conta das paradas no início dos anos 2000.

Ele e seus amigos Jack Johnson e G.Love transformaram em marca registrada uma surf music não tão acelerada como nos princípios do gênero, com os Beach Boys. Aquela nova geração se preocupou em fazer música “pra cima”, ensolarada. E o cantor não concorda com quem aponte hoje um enfraquecimento dessa cena.

“Acredito que hoje seja difícil você medir o sucesso, não tem tanta rádio tocando música. Você depende do streaming para saber se ainda estão ouvindo o som que faz. Não acho que o mercado esteja diminuindo para mim ou para a surf music, só está mais difícil de obter esse retorno”, diz.

Frankenreiter torce para que os brasileiros que assistiram a seus primeiros shows no país voltem para vê-lo. “Espero que eu seja hoje um músico melhor. Sinceramente, quero que as pessoas não digam que estão ouvindo a mesma coisa de 20 anos atrás. Eu mudei como pessoa, preciso ter mudado como músico também.”

Frankenreiter até comenta uma certa contradição na própria expressão “surf music”, porque surfe e música têm, para ele, uma distinção entre silêncio e som. “Uma grande onda, um tubo incrível, pode ser uma experiência muito silenciosa”, analisa. “São viciantes de formas diferentes.”

Entre esses vícios, o maior parece ser a prancha. “Quando estou em casa, posso ficar uns dias sem pegar o violão. Ficar sem pegar a prancha, só se a praia estiver muito distante.”

Donavon Frankenreiter

  • Onde Audio, av. Francisco Matarazzo, 694, São Paulo. Qui. (9), às 22h30. R$ 140 a R$ 170
  • Onde Fabrika, estr. das Furnas, 1.805, Rio de Janeiro. Dom. (12), às 21h30. R$ 140
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