Quadro de Van Gogh em museu na Noruega tem autoria confirmada

Autorretrato foi feito durante primeira crise psicótica do pintor holandês em sanatório

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São Paulo

O Museu Van Gogh, em Amsterdã, anunciou nesta segunda-feira (20) que uma obra de Van Gogh, de 1889, sobre a qual havia dúvidas da autoria, é mesmo do pintor holandês. A pintura, um autorretrato, se junta aos 35 retratos de si mesmo que pintou entre 1886 e 1889.

A obra, que pertence ao Museu Nacional, em Oslo, foi feita pelo artista enquanto estava internado em sanatório em Saint-Remy, no sul da França, após um agravamento de quadros de psicose.

Segundo comunicado do museu holandês, a tela retrata alguém com sofrimentos mentais. "Seu olhar tímido é frequentemente encontrado em pacientes que sofrem de depressão e psicose." O quadro era um dos que mais intrigava o pintor norueguês Edvard Munch, segundo a conservadora do museu de Oslo, Mai Britt Guleng.

Após graves episódios de psicose, o pintor se internou no asilo Saint-Rémy, em 1889. Em agosto daquele ano, escreveu uma carta para o irmão, Theo, dizendo que se sentia perturbado e apto para fazer novas obras. No documento, Van Gogh demonstrou interesse em fazer um autorretrato.

A pintura, autenticada nesta segunda pelo museu, é datada da mesma época, e retrata expressões tristes, com uso das cores marrom e verde.

Em 1910, a obra foi comprada pelo Museu Nacional de Oslo, mas questionamentos de especialistas a respeito de sua autenticidade geraram polêmica. “As dúvidas sobre a assinatura datam de 1970 e, para nossa coleção, era essencial esclarecê-las imediatamente”, diz Guleng.

A resposta surgiu após investigações iniciadas em 2014 pelos membros do local.

Um homem olha para a obra recém autenticada de Van Gogh, no museu do artista, em Amsterdã.
Um homem olha para a obra recém autenticada de Van Gogh, no museu do artista, em Amsterdã. - Piroschka/REUTERS

A equipe do Museu Van Gogh afirmou que a obra provavelmente foi produzida em intervalos de crises psicóticas. O investigador-chefe do espaço, Louis van Tilborgh, explica que, embora o quadro tenha sido catalogado no acervo do museu há muitos anos, "o vínculo definitivo não havia sido estabelecido antes".

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