Mariana de Moraes, neta de Vinicius, toca o repertório do avô no aniversário de SP

Em sua carreira de mais de 20 anos na música, a artista nunca esteve tão disposta a explorar a obra do avô

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São Paulo

O sábado (25) marca o aniversário de São Paulo e também o de Tom Jobim, mas, segundo Mariana de 
Moraes, é tempo de lembrar seu avô, Vinicius de Moraes.

“Estamos vivendo um momento de tanta intolerância, e o Vinicius era um exemplo de tolerância”, afirma a cantora e atriz. “Ele tinha amigos aristocratas e do morro, jornalistas e porteiros. Era um cara da amizade e do amor.”

Em sua carreira de mais de 20 anos na música, Mariana nunca esteve tão disposta a explorar a obra do avô. Primeiro, na apresentação que faz neste sábado (25) no Blue Note, em São Paulo, cantando só músicas de Vinicius. Depois, em seu primeiro álbum dedicado a esse repertório, previsto para este ano.

Mariana conta que, quando deixou de atuar para começar a cantar, ela ouviu um conselho de sua tia Susana, filha mais velha de Vinicius. “Ela disse ‘não toque nem faça nada do seu avô até que você seja reconhecida como cantora’.”

Em 1997, ela lançou “A Alegria Continua”, seu primeiro álbum, de sambas, em parceria com Elton Medeiros e Zé Renato.

“As críticas foram incríveis, os jornais deram capa, virou uma coisa meio estourada, algo que você não espera”, afirma. Na época, chegou a fazer shows na Europa com o trabalho.

Ao longo dos anos, ela começou a se aproximar mais da obra do avô, seja nos shows espalhados pelo Brasil, seja nos discos seguintes —em cada um deles, cantou uma música diferente de Vinicius.

“Parece que adiei muito esse disco”, diz a cantora. “Mas, de repente, ele é mais essencial agora do que nunca.”

Ela reflete sobre como “Insensatez”, clássico do poetinha com Tom Jobim que está em seu repertório, foi inspirada em uma carta de Vinicius a um amigo americano, na qual defendia a vida simples —“O senhor sabe lá o que é ter uma jabuticabeira no seu quintal? Torcer pelo Botafogo? Um choro de Pixinguinha?”.

“Acho que é uma música que devia estar bombando no momento, porque é um retrato do que a gente está vivendo”, diz. “Tem uma mensagem bem essencial e contemporânea, desse excesso de louvor ao capital. Só é bonito o que é rico.”

O repertório de Mariana dedicado a Vinicius ainda inclui “Valsinha”, parceria com Chico Buarque, “Tristeza e Solidão”, afro-samba com Baden Powell, e “Mundo Melhor”, com Pixinguinha, entre muitas outras. Por ocasião do aniversário da cidade, ela também vai cantar “Dobrado de Amor a São Paulo”.

“Essas são músicas que eu canto há muito tempo”, diz Mariana. “É como diz a [Maria] Bethânia: um grande intérprete tem que fazer parecer que foi ele quem compôs a música.”

Mariana de Moraes

  • Quando Sáb. (25), às 22h30
  • Onde Blue Note, av. Paulista, 2.073, 2º andar, Bela Vista, São Paulo
  • Preço R$ 90 a R$ 120
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